Topo

Rafael Reis

Técnico croata admite "desafio Messi", mas sonha com melhor Copa em 20 anos

Rafael Reis

28/02/2018 04h30

A Croácia tem um objetivo bem definido para a Copa do Mundo-2018: conseguir passar pela fase de grupos. Parece pouco para um time que tem talentos do nível de Luka Modric (Real Madrid), Ivan Rakitic (Barcelona) e Ivan Perisic (Inter de Milão)?

Pode até ser, mas a seleção da camisa quadriculada não consegue se meter entre as 16 melhores do planeta desde a histórica terceira colocação em 1998. Nas três últimas participações, o time acumulou decepções e parou na primeira fase.

Desta vez, há duas preocupações rondando a cabeça do torcedor do país que até o início da década de 1990 fazia parte da Iugolsávia.

A primeira é o pouco tempo de trabalho do técnico Zlatko Dalic, que assumiu o cargo em outubro e só comandou a seleção em três partidas até o momento. A segunda razão para desconfiança é ainda maior: Lionel Messi.

Em bate-papo com o "Blog do Rafael Reis", o treinador da Croácia falou sobre o esperado confronto com a Argentina e o "maior jogador de futebol do planeta", na sua opinião, e explicou o que pretende fazer para colocar os croatas novamente nos mata-matas finais de uma Copa depois de 20 anos.

Confira abaixo os principais pontos da entrevista com Zlatko Dalic:

OBJETIVO NA COPA
Entendemos que o nosso grupo é muito desafiador. A Argentina é uma das favoritas ao título, a Nigéria é jovem e talentosa e a Islândia nos derrotou nas eliminatórias. Então, sabemos que, para passar para a segunda fase, teremos de fazer o melhor que pudermos. Esse é o nosso objetivo, passar pela fase de grupos. Se fizermos isso, sabemos que podemos ser perigosos para qualquer equipe, assim como foi em 1998 [quando chegou à semifinal].

FAVORITOS
Não é à toa que as mesmas seleções são sempre consideradas as favoritas. Elas têm elencos maiores, com muita experiência em torneios como a Copa do Mundo. Alemanha, Brasil, Argentina, Espanha e França estão certamente no topo da lista, mas há outros times, como Bélgica, Portugal, Inglaterra e Croácia, que são capazes de vencer essas seleções em um dia bom. Será uma Copa do Mundo divertida. Sempre é.

O PESADELO MESSI
Jogar contra o maior jogador de futebol do planeta é um desafio para qualquer jogador e treinador. Mas, se vocês está em uma Copa, sabe que terá de enfrentar as melhores seleções do mundo, e a Argentina é uma delas. Obviamente, será difícil parar Messi. Muitos times e técnicos tentaram e falharam nessa missão. Então, será preciso um grande esforço de toda a equipe para detê-lo, já que nenhum jogador é capaz de fazer esse trabalho sozinho. Acreditamos que a Croácia pode enfrentar qualquer adversário, inclusive a Argentina.

DIFICULDADE EM COPAS
Todo grande torneio tem a sua própria história. Não faz muito sentido buscar as mesmas razões para explicar o porquê de a Croácia ter caído na primeira fase em 2002, 2006 e 2014. Eram equipes diferentes, com diferentes jogadores e diferentes adversários. As Copas do Mundo não são fáceis. Elas reúnem as 32 melhores seleções do planeta, e todo jogo é muito difícil. Mesmo para os times mais poderosos, a fase de grupos não é fácil. Mas não pensamos no passado. Estamos focados no futuro, nesta Copa do Mundo, e temos uma forte fé de que essa equipe tem a qualidade necessária para passar da fase de grupos.

POUCO TEMPO NO CARGO
Não tive muito tempo para trabalhar com os jogadores quando assumi o time antes das partidas decisivas das eliminatórias. Então, passo mais tempo conversando com eles, tentando lhes dar a confiança necessária. Agora, vamos ter mais tempo para trabalhar a parte tática. A Croácia tem um time talentoso. Meu trabalho é reunir o talento desses jogadores e maximizar o potencial do time.


Mais de Cidadãos do Mundo

Prêmio de artilheiro da Europa vira disputa entre Kane e Cavani
De Tevez a Valdivia: 7 astros estrangeiros que estão na Libertadores-2018
Luan e Vinícius Jr. são os mais caros da Libertadores; Brasil domina lista
645 dias depois, Guardiola tenta encerrar maior jejum da carreira

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.