O Grêmio realmente pode desbancar o Real e conquistar o Mundial?
Há 11 dias o torcedor do Grêmio não para de comemorar. A vitória sobre o Lanús na decisão da Libertadores não só deu ao clube gaúcho seu terceiro título de campeão sul-americano, como também o colocou pela primeira vez em um Mundial de Clubes da Fifa no atual formato.
Mas será que o time dirigido por Renato Gaúcho realmente tem chance de desbancar o favoritismo do Real Madrid e se consagrar como melhor time do planeta em 2017?
O histórico recente dos Mundiais aponta que a missão gremista é muito difícil, para não dizer quase impossível. Das últimas dez edições do torneio, os europeus venceram nove. O triunfo do Corinthians sobre o Chelsea em 2012 foi um ponto muito fora da curva nesse retrospecto recente.
Mesmo nos tempos da Copa Intercontinental, competição disputada entre 1960 e 2004 que reunia apenas os campeões europeu e sul-americano, jamais houve um período de domínio tão explícito dos representantes de um continente como agora.
Os europeus são quase imbatíveis no Mundial por um motivo muito simples: possuem jogadores muito melhores que seus oponentes. E desta vez, não é diferente.
Nem mesmo o gremista mais fanático é capaz de achar que Luan é melhor que Cristiano Ronaldo, que Cortez tem um nível técnico semelhante ao de Marcelo ou que Ramiro é páreo para Luka Modric.
A comparação entre os elencos é até injusta, visto o abismo financeiro que separa os dois clubes. E fica ainda mais complicada devido à lesão de Arthur, meia gremista com potencial de defender um grande clube europeu no futuro, que não disputa o Mundial.
Só que o futebol não é decidido apenas pelo talento. E é nisso que o clube brasileiro se apoia para protagonizar a zebra em Abu Dhabi. Há pelo menos dois fatores que também são importantes para definir o resultado de uma partida em que o Grêmio leva vantagem sobre o Real Madrid.
O primeiro deles é recorrentes nos confrontos entre sul-americanos e europeus no Mundial: a vontade. Enquanto para os representantes do Velho Continente o torneio da Fifa é apenas mais uma competição do calendário, os vencedores da Libertadores costumam encará-lo como uma autêntica Copa do Mundo.
Desta vez, a dedicação, ingrediente que não tem sido suficiente nos últimos anos para conter o domínio europeu, tem um importante aliado: o momento.
O Grêmio chega ao Mundial de Clubes embalado com a recente conquista da Libertadores e, mesmo em fim de temporada, jogando um futebol dos mais redondinhos. O mesmo não se pode falar do Real Madrid.
O time de Cristiano Ronaldo conquistou o título que o levou a Abu Dhabi seis meses atrás e, desde então, vem oscilando demais e raramente mostra a bola que o transformou em vencedor da Champions.
Na atual temporada, o Real está distante da briga pela liderança do Campeonato Espanhol, ficou em segundo lugar em seu grupo na Champions e já foi derrotado três vezes (por Tottenham, Betis e Girona). A goleada por 5 a 0 sobre o Sevilla, no sábado, em sua última apresentação antes da viagem para os Emirados Árabes, pode ser o início de recuperação, mas a situação ainda é incerta.
É por isso que o Grêmio acredita que, caso passe pelo Pachuca (MEX) na semifinal da próxima terça-feira, tem condições de derrotar sim o Real em uma eventual decisão do Mundial. Resta saber se essa é só uma crença ou uma possibilidade real.
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