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Rafael Reis

Qual a origem da cicatriz no rosto de Ribéry?

Rafael Reis

24/09/2017 04h00

Imagem: Christian Charisius/Reuters

"Tenho orgulho da minha cicatriz. Ela me deu força e forjou meu caráter. Você precisa aprender a ser mentalmente forte para resistir às ridicularizações feitas pelas crianças e aos olhares dos adultos."

É assim que o meia-atacante Franck Ribéry, 34 anos, costuma falar sobre a enorme marca que exibe no lado direito de sua face e que lhe rendeu no futebol o apelido de "Scarface", em referência ao filme protagonizado por Al Pacino em 1983.

Mas, afinal, qual é a origem da cicatriz que o craque francês do Bayern de Munique carrega no rosto?

Ribéry sofreu um grave acidente de carro quando tinha apenas dois anos, em Boulogne-sur-Mer, sua cidade natal. O veículo onde estava com sua família colidiu com um caminhão, e o garoto foi lançado do banco de trás em direção ao para-brisas.

A batida não lhe deixou nenhuma sequela grave. No entanto, os mais de 100 pontos que os médicos deram em sua face nunca sumiram completamente e deram origem a cicatriz que o craque do Bayern aprendeu a amar.

A amar? Sim. Sempre que é questionado sobre o tema, o francês faz questão de lembrar que o bullying que sofreu na escola e os olhares tortos que o acompanham até hoje devido à marca na face só lhe ajudaram a se tornar o homem que é atualmente.

"De certa forma, esse acidente me ajudou. Foi algo que me motivou quando criança. Deus me deu essa diferença. As cicatrizes são parte de mim, e as pessoas precisam me aceitar do jeito que sou", afirmou no livro "The Football Men: Up Close with the Giants of the Modern Game", publicado em 2011 pelo jornalista inglês Simon Kuper.

Imagem: Christophe Ena/AP

E o mundo do futebol aceita (e admira) Ribéry há 17 anos. O meia-atacante começou a carreira como profissional em 2000, pelo Boulogne, e passou por Alès, Brest, Metz, Galatasaray e Olympique de Marselha até chegar ao Bayern, dez anos atrás.

Em uma década de Bayern, acumula 361 partidas, 112 gols, 174 assistências, sete títulos alemães, uma Liga dos Campeões da Europa e a indicação para o prêmio de melhor jogador do mundo de 2013 –ficou na terceira colocação, atrás de Messi e Cristiano Ronaldo.

Pela seleção francesa, jogou 81 partidas, balançou as redes 16 vezes e participou de duas Copas do Mundo (2006 e 2010). Em 2014, perdeu o Mundial devido a uma lesão nas costas e anunciou que não gostaria mais de ser convocado, posição que mantém até hoje.

"Sou assim. Este é meu rosto, o único que as pessoas conhecem. Sou feliz com ele. Por que não deveria?"


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.