Por sonho de melhor do mundo, Neymar ignora história de prêmio da Fifa
Em busca do sonho de ser eleito o melhor jogador do planeta, Neymar decidiu ignorar completamente a história do prêmio que tanto deseja conquistar.
Ao trocar o Barcelona pelo Paris Saint-Germain, o atacante brasileiro vai abandonar a terra de onde brotam os vencedores da eleição de maior craque do mundo para se aventurar em um projeto sem histórico ou certeza de sucesso.
A Espanha, país onde Neymar joga desde 2013 e que vai abandonar após o pagamento dos 222 milhões de euros (R$ 816 milhões) de sua multa rescisória pelo PSG, é quem domina o prêmio de melhor do mundo.
Desde que a Fifa instituiu sua eleição anual de craque do ano, em 1991, o troféu ficou com o futebol espanhol em 17 oportunidades. Todos os outros países somados acumulam apenas nove títulos.
O Barcelona, clube que Neymar vai deixar para trás, é o maior vencedor da disputa. São dez conquistas ao longo da história: cinco de Lionel Messi (2009, 2010, 2011, 2012 e 2015), duas de Ronaldinho (2004 e 2005), uma de Rivaldo (1999), outra de Ronaldo (1997) e mais uma de Romário (1994).
A última vez que um jogador que não atuava na Espanha foi eleito o melhor do mundo faz quase uma década. Em 2008, quando ainda defendia o Manchester United, Cristiano Ronaldo venceu o prêmio. No ano seguinte, foi contratado pelo Real Madrid.
Mas a hegemonia espanhola na eleição do maior nome do futebol mundial não se limita apenas aos ganhadores do troféu.
Nos últimos sete anos, 19 dos 21 finalistas do prêmio, aqueles que ficaram nas três primeiras colocações na eleição organizada pela Fifa e viajaram para a cerimônia de entrega do prêmio, atuavam no país campeão da Copa-2010.
O meia-atacante francês Franck Ribéry (2103) e o goleiro alemão Manuel Neuer (2014), ambos do Bayern de Munique, foram os únicos intrusos nessa festa espanhola. E terminaram na terceira posição nos anos em que foram finalistas.
E qual a história da França, nova casa de Neymar, nas eleições de melhor jogador do mundo?
Digamos que não é nada animadora para o craque brasileiro. O Campeonato Francês jamais conquistou o prêmio e emplacou até hoje apenas um finalista, o atacante Jean-Pierre Papin, vice-campeão em 1991, quando defendia o Olympique de Marselha.
Na última década, seu melhor resultado foi o quarto lugar obtido por Zlatan Ibrahimovic, então a estrela máxima do PSG, na eleição de 2013.
É contra esse histórico desfavorável que Neymar terá de lutar para conquistar o tão sonhado prêmio. Sua aposta é que, distante da sombra de Messi, ele poderá brilhar como protagonista de um time e conquistar assim mais votos dos eleitores espalhados por todo o planeta.
Só que o Campeonato Francês não é o Espanhol, e o que ele fizer em campo na Ligue 1 não terá metade da repercussão dos gols de Messi e Cristiano Ronaldo por Barcelona e Real Madrid, respectivamente.
Resta a Liga dos Campeões da Europa. Um tiro único que Neymar precisa dar para mostrar que ignorar a história do prêmio de melhor do mundo não foi uma escolha equivocada.
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