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Rafael Reis

Árbitro de vídeo passa em teste, mas não livra apito de erros e polêmicas

Rafael Reis

03/07/2017 04h00

Uma boa notícia para aqueles que defendem o uso da tecnologia no futebol: de acordo com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, a arbitragem com apoio do vídeo passou no teste na Copa das Confederações e deve ser usada novamente na Copa do Mundo do próximo ano, na Rússia.

Mas a notícia é que, pelo menos por enquanto, o auxílio das imagens está longe de livrar a modalidade dos erros de apito e evitar que os juízes cometam lambanças e interfiram direta e indiretamente no placar.

Por orientação da Fifa, limitação técnica ou escolha dos árbitros principais, aqueles que ficam em campo e são os responsáveis finais pelas decisões da arbitragem, o VAR (Vídeo Assistant Referee) não mostrou todo seu potencial na Copa das Confedações.

A análise das imagens foi usada com razoável frequência em lances capitais da partida, como a existência ou não de impedimento em um lance de gol, a marcação de um pênalti ou a definição da expulsão de um jogador.

Mas o futebol não é feito apenas de lances capitais. Faltas na intermediária, escanteios e cartões amarelos também influenciam o placar de um jogo.

Só que, durante a Copa das Confederações, essas decisões foram tomadas quase que exclusivamente pelo árbitro principal. A tecnologia estava à disposição, mas pouco se recorreu a ela.

Medo de um excesso de paralisações e da perda da dinâmica usual do futebol? Temor de uma certa banalização do sistema de vídeo? Ou apenas o orgulho de um juiz que quer provar que não precisa de ajuda externa para tomar as decisões corretas? Difícil responder com precisão.

O certo é que os erros de arbitragem continuam fazendo parte do cotidiano do futebol. Às vezes, até mesmo quando o VAR é acionado.

Na decisão da Copa das Confederaçõeso árbitro recorreu ao vídeo para analisar uma agressão de Jara a Werner. Mesmo depois de ver imagens que mostravam uma cotovelada clara do zagueiro chileno no rosto do atacante alemão, optou por mostrar apenas o cartão amarelo para o defensor. Questão de interpretação, mas também um erro crasso do seu apito.

Não há dúvidas que o sistema de vídeo será aprimorado e, com o passar do tempo, conseguirá reduzir o número de erros de arbitragem e tornar mais justo o resultado final de uma partida de futebol.

Mas até que isso aconteça, os juízes continuarão sendo os vilões do esporte. Com acertos, é claro, mas também com muitos erros.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.