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Rafael Reis

Entenda por que esta pode ser a última Copa das Confederações da história

Rafael Reis

17/06/2017 04h00

A décima edição da Copa das Confederações, que começa neste sábado, na Rússia, pode ser a última da história da competição jogada quadrienalmente pelas seleções campeãs de cada continente.

A Fifa anda descontente com os rumos comerciais e técnicos do torneio. Por isso, desde o segundo semestre do ano passado, vem discutindo internamente a possibilidade de extinguir a disputa.

O principal motivo, claro, é de ordem econômica.

A Copa das Confederações está longe de ser um sucesso do ponto de vista comercial. De acordo com o comitê organizador russo, só 70% dos ingressos para competição já foram vendidos. E não há nenhuma garantia de que esses números não estejam inflacionados.

Além disso, a Fifa tem sofrido para conseguir patrocinadores para o evento. A entidade vendeu apenas quatro cotas da competição: Budweiser, McDonalds, Hisense e Vivo.

Os direitos de transmissão do torneio, outra importante fonte de renda da Fifa, também encalharam. Para se ter uma ideia, o acordo para exibição televisiva das partidas na Rússia, o país-anfitrião do campeonato, só foi anunciado no último domingo, seis dias antes do pontapé inicial.

Para piorar, a Copa das Confederações tem perdido aquela aura de aquecimento para a Copa do Mundo que justifica sua existência.

Atual campeã mundial, a Alemanha decidiu levar ao torneio uma espécie de seleção B, formada por jovens jogadores. Na cabeça do técnico Joachim Löw, é mais importante descansar seus principais astros para a temporada que vai culminar Mundial que experimentá-los nos campos russos.

E, para completar, a próxima edição da competição traria um desafio que a Fifa não parece muito disposta a resolver.

Se quiser realizar a Copa das Confederações no Qatar, em novembro ou dezembro de 2021, a entidade terá de mexer ainda mais nos calendários das competições nacionais europeias, que já serão alterados em 2022 em virtude de um Mundial disputado fora do seu período tradicional, o verão europeu.

É por isso que tudo conspira para o fim da Copa das Confederações. Ou, pelo menos, para uma mudança radical na estrutura do torneio depois da Rússia-2017.

A competição é disputada regularmente desde 1992, quando foi criada pela Arábia Saudita para homenagear o Rei Fahd. Em 1997, a Fifa assumiu a organização do torneio e lhe deu seu nome atual.

O Brasil é o maior vencedor da história da Copa das Confederações, com quatro títulos. Pela primeira vez desde 1995, a seleção pentacampeã mundial não disputa o torneio.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.