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Rafael Reis

Que país tem mais técnicos nas eliminatórias da Copa?

Rafael Reis

23/03/2017 04h00

Didier Deschamps foi o homem encarregado de levantar o troféu da única Copa do Mundo conquistada pela França, há 19 anos. Desde 2012, sua missão é outra: transformar uma safra repleta de jogadores talentosos, como Pogba, Griezmann e agora a revelação Mbappé, em uma seleção capaz de conquistar o segundo título mundial do país.

Mas engana-se quem pensa que o ex-volante da Juventus e do Chelsea é o único treinador francês de olho na Rússia-2018.

Nenhum país conta com tantos técnicos trabalhando nas eliminatórias da Copa quanto a França. Das 108 seleções que continuam na disputa do qualificatório, seis são treinadas por compatriotas de Deschamps.

Os treinadores franceses estão espalhados por três continentes: Europa (Deschamps), África (Hervé Renard, de Marrocos, Alain Giresse, de Mali, e Pierre Lachantre, da República do Congo) e Oceania (Christophe Gamel, de Fiji, Ludovic Graugnard, do Taiti).

Só que o sucesso da terra de Zidane nas eliminatórias está mais ligada a questões geopolíticas do que ao poderio do futebol francês.

Com exceção de Fiji, todos os outros países que utilizam atualmente treinadores da nação campeã mundial em 1998 foram colonizados pela França e, até hoje, usam o francês como um dos seus principais idiomas.

Se formos levar em conta apenas a "influência futebolística", as nacionalidades campeãs das eliminatórias da Copa são justamente as últimas campeãs mundiais. Alemanha e Espanha têm cinco treinadores cada na disputa por vaga para a Rússia-2018.

E o Brasil, onde aparece nesse ranking?

A resposta não é muito positiva para o mercado nacional de treinadores. Tite, o atual comandante da seleção brasileira, é o único técnico do país pentacampeão mundial ainda vivo nas eliminatórias.

A situação chega a ser constrangedora porque outros países sul-americanos têm feito sucesso no exterior neste qualificatório.

O Egito, líder do Grupo E das eliminatórias africanas, por exemplo, é dirigido por um argentino, Héctor Cúper (ex-Valencia e Inter de Milão).

Já a Colômbia é a terra de três dos seis treinadores finalistas das eliminatórias da Concacaf: Juan Carlos Osorio (México), Hernán Darío Gómez (Panamá) e Jorge Luis Pinto (Honduras).

No total, há técnicos de 64 nacionalidades diferentes trabalhando no classificatório da Copa. E apenas um brasileiro. Muito pouco, não?

Confira o top 10 das nacionalidades dos técnicos das eliminatórias da Copa-2018:

1º – França – 6 treinadores
2º – Alemanha – 5
Espanha – 5
4º – Argentina
Bélgica
Itália – 4
7º – Colômbia
Inglaterra
Portugal
Sérvia – 3


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.