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Rafael Reis

Repatriados, astros do Mercado da Bola-2017 estavam no banco e afastados

Rafael Reis

27/01/2017 04h00

Seu time acabou de contratar um medalhão e vai pagar um salário astronômico para ele. Mas será que o futebol que ele jogou nos últimos anos vale esse dinheiro todo? Ou será que o badalado reforço vai ganhar apenas pela fama que ele construiu durante a carreira?

O post desta quinta-feira mostra o que sete astros recém-repatriados por grandes clubes brasileiros fizeram na última equipe que defenderam.

A ideia é fornecer informações que você, leitor, decida se esses jogadores consagrados têm mais possibilidades de dar certo ou fracassar no retorno ao futebol brasileiro.

FELIPE MELO
Volante
33 anos
Palmeiras
Inter de Milão (2015-16)
Felipe Melo
O ex-jogador da seleção brasileira foi titular da Inter na maior parte da temporada passada, mas, desde agosto, vinha frequentando mais o banco de reservas do que ficando em campo. Em um ano e meio na Itália, Felipe Melo disputou 41 partidas, fez um gol e deu uma assistência. Ah, e talvez o mais importante para o torcedor palmeirense preocupado com a fama do volante, foi expulso três vezes. Ou seja, em média, recebeu um cartão vermelho a cada 13 partidas que disputou.

WELLINGTON NEM
Meia
24 anos
São Paulo
Shakhtar Donetsk (2013-16)
Nem
O ex-jogador do Fluminense chegou muito jovem à Ucrânia e não pegou a melhor das fases do Shakhtar (guerra, mudança de cidade e declínio nos resultados). Para piorar, sofreu uma lesão de joelho logo na temporada de estreia que fez com que ele pouco jogasse. Foi só mesmo a partir de 2015 que ele começou a ter mais oportunidades, mas quase sempre como reserva e nos jogos menos importantes. Em três anos e meio de Shakhtar, nunca disputou sequer uma partida da fase principal da Liga dos Campeões.

THIAGO NEVES
Meia
31 anos
Cruzeiro
Al-Jazira (2015-16)
Thiago Neves
Thiago Neves foi bem demais no Al-Hilal, time saudita que defendeu entre 2013 e 2015. Mas, no Al-Jazira, dos Emirados Árabes, ele não conseguiu repetir o mesmo sucesso. Contratado a peso de ouro (11 milhões de euros), o meia fez vários gols e deu um bom número de assistências, mas não conseguiu levar seu time a mais do que a sétima colocação na liga nacional. Em outubro, foi afastado depois que seu clube ficou sem vagas disponíveis a estrangeiros no elenco. Acabou acionando a Fifa para rescindir o contrato.

DARÍO CONCA
Meia
33 anos
Flamengo
Shanghai SIPG (2015-16)
Conca
Assim como em sua passagem anterior pela China, o argentino também foi protagonista no Shanghai SIPG. No primeiro ano, marcou 11 gols, deu 14 assistências e foi eleito para a seleção do campeonato nacional. O desempenho caiu um pouco em 2016, quando sofreu a lesão no joelho esquerdo que fará com que ele só possa estrear pelo Flamengo lá por maio. Sem paciência para esperar por tanto tempo, o clube chinês contratou Oscar para a posição de Conca e liberou o meia a voltar para o Brasil.

WALTER MONTILLO
Meia
32 anos
Botafogo
Shandong Luneng (2014-16)
Montillo
O meia argentino conseguiu ficar por três temporadas no futebol chinês, o que, para um estrangeiro, já é um feito e tanto. E seus anos vestindo a camisa do Shandong Luneng não foram ruins. Titular durante todo o tempo que ficou no Oriente, foi treinado por Cuca, Mano Menezes e Felix Magath, conquistou dois títulos (Copa da China de 2014 e Supercopa da China de 2015) e chegou até as semifinais da Liga dos Campeões da Ásia.


Atacante
29 anos
Corinthians
Jiangsu Suning (2016)
Jô
O centroavante fez 11 gols em 26 jogos pelo Jiangsu Suning. Os números não são excepcionais, mas estão longe de serem ruins, certo? Mas eles não foram suficientes para garantir a Jô mais que cinco meses no elenco do clube chinês. Empolgado com a dinheirama que estava entrando em seus cofres, o Jiangsu contratou no segundo semestre do ano passado o atacante colombiano Roger Martínez (ex-Racing) e, sem mais vagas para estrangeiros, afastou o brasileiro do time principal.

WAGNER
Meia
31 anos
Vasco
Tianjin Teda (2015-16)
Wagner
Assim como Jô, Wagner não atuou no segundo semestre do ano passado porque seu clube o excluiu da lista de inscritos no Campeonato Chinês devido ao número excessivo de estrangeiros com que contava. Mas, ao contrário do reforço corintiano, o meia pouco fez dentro de campo para ser mantido no elenco. Em 20 partidas pelo Tianjin Teda, o novo jogador do Vasco marcou apenas duas vezes. No final de sua passagem pelo clube, chegou a ir para o banco, algo raro para um gringo por lá.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.