7% dos jogadores já tiveram oferta para manipular resultado, diz sindicato
Sete a cada 100 jogadores profissionais de futebol do planeta já receberam ao menos uma vez proposta para manipular resultados.
É esse o resultado de uma pesquisa realizada pela FifPro, o sindicato mundial dos jogadores profissionais de futebol, que obteve respostas de 13.876 atletas de 54 países, entre eles o Brasil.
O "Informe 2016 do Emprego Global", produzido pelo sindicato, trata das condições de trabalho às quais os profissionais da modalidade são submetidos: salários, atrasos no pagamento, assédio moral e também corrupção.
De acordo com a FiPro, a fabricação de resultados para favorecer apostadores ou mesmo clubes mais endinheirados e poderosos é um fenômeno global, e não de se trata apenas de casos isolados.
Enquanto 7% dos jogadores afirmaram já ter recebido proposta para manipular o resultado de alguma partida em que estava envolvido, 9,3% informaram conhecer algum caso de jogo que teve placar arranjado na liga que disputa.
"Com certeza, esses números são maiores. Para começar, muitos jogadores que receberam ofertas como essa não teriam coragem de admiti-la em uma pesquisa, mesmo sendo uma pesquisa anônima. Além disso, aqueles que aceitaram participar de um esquema de manipulação certamente também negaram conhecimento do fato na pesquisa", diz o relatório.
A distribuição de jogadores que admitiram ter sido procurados por dirigentes ou mafiosos para fabricarem resultados não é uniforme pelo mundo. Em alguns países, trata-se de uma verdadeira epidemia.
É o caso por exemplo da Geórgia, país onde 34,2% dos jogadores participantes da pesquisa admitiram que já receberam propostas para fraudar partidas. Congo (31,3%), Cazaquistão (25,3%), Zimbábue (19%) e Chipre (18,6%) aparecem na sequência.
Na América, o país com maior incidência de atletas que relataram ter recebido ofertas desse tipo é a Bolívia (17,2%).
O Brasil tem números bem mais modestos. De acordo com a pesquisa da FifPro, 2,1% dos jogadores que atuam no futebol pentacampeão mundial já foram procurados para manipular resultados.
O resultado não é muito semelhante do da Itália (2,7%), país que convive há algumas décadas com grande escândalos de fraudes. Milan, Lazio e Juventus, três dos maiores clubes do Calcio, por exemplo, já foram rebaixados para a segunda divisão por participação em esquemas assim.
No Brasil, o caso mais conhecido não envolveu participação de jogadores. Em 2005, o árbitro Edilson Pereira de Carvalho admitiu ter sido pago por grupos de apostadores para fabricar resultados do Campeonato Brasileiro. Onze partidas foram anuladas e tiveram de ser jogadas novamente.
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