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Rafael Reis

O que a milionária investida da Red Bull no futebol já conseguiu em campo

Rafael Reis

17/11/2016 06h00

Quem vê o RB Leipzig, em sua primeira temporada na elite do futebol alemão, deixando para trás Borussia Dortmund, Bayer Leverkusen e Wolfsburg e dividindo a liderança da competição com o Bayern de Munique, fatalmente leva um susto.

Mas basta se atentar àquelas duas letrinhas que vêm antes do nome do clube para que tudo passe a fazer sentido.

Leipzig

Apesar de o RB oficialmente significar RasenBallsport (algo como "Esporte com a Bola sobre o Gramado"), ele é a senha que mostra que o Leipzig faz parte de um dos projetos mais vitoriosos e arrojados do esporte mundial.

O Leipzig faz parte da família Red Bull, que inclui ainda duas escuderias de F-1 (Red Bull e Toro Rosso), duas equipes de hóquei sobre o gelo (Red Bull Munique e Red Bull Salzburg), outros três times de futebol (New York Red Bulls, Red Bull Salzburg e Red Bull Brasil0 e incontáveis patrocínios a astros de primeira grandeza.

Ao longo de 11 anos, o projeto de investimento no futebol da empresa de energéticos mais famosa do mundo e que tem o esporte como principal plataforma de marketing acumula sete subidas de divisão e nada menos do que 17 títulos de competições oficiais.

Comprado em 2005 e primeira iniciativa da Red Bull na modalidade, o Salzburg é o clube mais vitorioso do grupo. Graças ao dinheiro de Dietrich Mateschitz, o time se tornou a maior força do futebol austríaco na atualidade e conquistou seis dos últimos oito campeonatos nacionais.

Além disso, já alcançou as oitavas de final da Liga Europa, em 2014, e bateu na trave três vezes para entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.

Se o Salzburg dá resultados esportivos, o New York Red Bulls é ótimo para alavancar o nome da companhia no principal mercado do mundo e aliar a marca a astros do futebol.

A franquia da MLS (Major League Soccer), a principal liga de futebol dos Estados Unidos, foi adquirida em 2006 e já teve Thierry Henry, Rafael Márquez, Tim Cahill, Juan Pablo Ángel e Shaun Wright-Phillips.

O time já teve por duas vezes a melhor campanha da temporada regular da MLS e foi vice-campeão da liga em 2008.

Já o projeto brasileiro da Red Bull, fundado em 2007, ainda engatinha se comparado aos do exterior. A equipe foi galgando escalão por escalão no Campeonato Paulista e estreou na primeira divisão no ano passado. Também em 2015, disputou pela primeira vez a Série D do Campeonato Brasileiro. Já neste ano, debutou na Copa do Brasil.

O ponto forte do RB Brasil, como é chamado pela Rede Globo para não divulgar a marca Red Bull, são as categorias de base. Foi de lá que saiu, por exemplo, o lateral direito Bernardo, 21, hoje titular do Leipzig.

Com sete vitórias (inclusive sobre Borussia Dortmund e Wolfsburg), três empates e os mesmos 24 pontos do Bayern em seus dez primeiros jogos na Bundesliga, o Leipzig é um fenômeno na Alemanha.

Fundado em 2009, quando a Red Bull comprou uma vaga na quinta divisão, conquistou quatro promoções em sete anos, amparado por um dinheiro muito maior do que seus rivais. Até por isso, ganhou o título de "time mais odiado da Alemanha".

Mas dinheiro não compra tudo. E a empresa de energéticos sentiu isso durante sua tentativa de entrar no futebol africano. O Red Bull Gana durou seis anos e foi abandonado pela companhia em 2014, na segunda divisão local.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.