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Rafael Reis

Vai ter briga: derrota do Barcelona no clássico faz bem para Champions

Rafael Reis

03/04/2016 06h00

Mais do que a grande fase vivida por Casemiro, o bom trabalho de reconstrução de time feito por Zidane e a ressurreição de Bale, a vitória por 2 a 1 do Real Madrid sobre o Barcelona, sábado, no Camp Nou, pelo Campeonato Espanhol, mostrou que haverá sim uma disputa pelo título da Liga dos Campeões.

O primeiro bicampeonato europeu de um time desde as conquistas consecutivas do Milan em 1989 e 1990 não está tão nas mãos do Barça quanto torcedores e analistas admiradores do futebol de Messi, Neymar e Suárez imaginavam.

Não é nem o resultado do clássico que deixa essa lição. Mas, sim, a forma como ele foi construído.

Messi

O Real não só derrotou o Barcelona dentro do Camp Nou, como o fez com um jogador a menos, sendo prejudicado pela arbitragem, que anulou um gol legal de Bale, e dominando taticamente completamente o adversário.

Ou seja, mostrou ao mundo que é possível vencer a fera catalã. E não em um jogo atípico, armando uma retranca absurda, contando com a sorte ou com várias expulsões do adversário, mas sim o encarando de frente.

Também ensinou que, com muita inteligência, atenção e disciplina tática, dá para segurar o melhor ataque do planeta. O Real fez com que Messi e Neymar passassem despercebidos em campo. Suárez, o melhor do trio no sábado, foi só um pouco pior.

Antes da derrota no Camp Nou, o Barcelona havia balançado as redes com um dos seus três principais atacantes nas últimas 17 partidas (com exceção do empate por 1 a 1 contra o Valencia, pela Copa do Rei, quando nenhum deles jogou).

Evidentemente, o time catalão continua sendo uma das maiores potências do mundo e tem totais condições de repetir a conquista da Liga dos Campeões da temporada passada. Afinal, ninguém fica 39 partidas invicto à toa.

Mas Bayern de Munique, Benfica, Atlético de Madri, Wolfsburg, Manchester City, Paris Saint-Germain e o próprio Real Madrid, os outros times que começam nesta terça a definir os semifinalistas do torneio europeu, têm motivos para sorrir.

Eles descobriram algo que é óbvio, mas que não parecia ser tão evidente assim: que o Barcelona, por melhor que seja, não é invencível.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.