Seleção encara sindicalista que jogou em vexame corintiano e no Marilia
Marília e Corinthians. São essas as principais referências de futebol brasileiro para o goleiro paraguaio Antony Silva, 32, do Cerro Porteño.
O arqueiro da seleção que enfrenta o Brasil nesta terça-feira, em jogo válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2018, já teve momentos de glória e decepção extremas graças à terra pentacampeã mundial.
Em 2009, ainda sem se firmar em clube algum, Silva tentou a sorte por aqui e assinou com o Marília. Após 14 partidas, retornou ao Paraguai com o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Paulista no currículo.
A redenção veio dois anos depois. À frente da meta do Tolima, segurou Ronaldo e Roberto Carlos e ajudou a equipe colombiana a eliminar o milionário Corinthians ainda na fase preliminar da Libertadores.
Esses são apenas dois dos vários episódios marcantes da carreira do goleiro, que desde o ano passado tem se revezado como titular do Paraguai com o veterano Justo Villar, 38, do Colo Colo –deve ficar no banco nesta terça.
Silva despontou como fenômeno. Aos 16 anos, estreou nos profissionais do Cerro Corá, um time pequeno de Assunção. Também disputou os Mundiais sub-17 (2001) e sub-20 (2003) e foi contratado pelo Libertad, um dos grandes paraguaios.
Mas sua carreira estagnou depois de frustradas negociações para jogar na Itália (Genoa) e na Inglaterra (Portsmouth) e o goleiro começou a rodar por várias equipes de segundo escalão, entre elas, o Marília.
Em 2010, Silva foi suspenso por doping e ficou dois meses afastado do futebol. Quando voltou, assinou com o Tolima, onde viveu os melhores momentos de sua carreira.
Foram quatro anos e 140 partidas o time colombiano, inclusive as duas do histórico mata-mata contra o Corinthians. O paraguaio só saiu de lá porque entrou em guerra com a liga que organiza o campeonato local.
Silva recusou-se a assinar um documento exigido pela liga em que se comprometia a não recorrer à Justiça comum em caso de problemas trabalhistas, como salários atrasados. Sem a documentação, não pode ser inscrito pelo Tolima na competição.
A exigência foi uma grande polêmica no futebol colombiano em 2014, que chegou a conviver com ameaças de greve entre os jogadores. Mas, no fim, o paraguaio foi o único atleta que permaneceu firme na decisão de não acatar a solicitação.
O goleiro acabaria voltando à Colômbia no ano seguinte, depois de defender o paraguaio 3 de Febrero. Em janeiro, foi tirado do Independiente Medellín pelo Cerro Porteño.
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