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Rafael Reis

Parece até mentira: Chinês começa com menos brasileiros que antes

Rafael Reis

03/03/2016 06h00

A contratação milionária de Alex Teixeira, a chegada de um volante consagrado como Ramires, e o desmanche do Corinthians. Dá para dizer que o futebol brasileiro invadiu a China, certo?

Pode até ser. Mas não foi agora. Prova disso é que o Campeonato Chinês começa nesta sexta-feira com o menor número de jogadores brasileiros dos últimos seis anos.

São 22 representantes do futebol pentacampeão mundial espalhados por 11 dos 16 clubes que disputam a competição.

Desde 2010, quando 21 brasileiros foram inscritos na liga, o país não tinha presença tão escassa no Chinês.

No ano passado, quando a participação tupiniquim bateu recorde, foram 29 jogadores daqui competindo na mais rica liga nacional da Ásia.

Apesar da queda, o Brasil ainda lidera com folga o ranking de estrangeiros. O segundo país do exterior com mais jogadores na primeira divisão chinesa é a Coreia do Sul, com apenas dez atletas inscritos.

Renato Augusto

A redução da presença brasileira no Chinês está ligada ao enriquecimento da liga e à rigidez nas regras de inscrição de jogadores estrangeiros no campeonato.

Cada clube da Superliga chinesa só pode inscrever quatro jogadores de nacionalidade livre, além de mais um atleta asiático. E há anos todas essas vagas para gringos são preenchidas.

Ou seja, para contratar novos estrangeiros, os clubes chineses precisam abrir mão daqueles que já estavam por lá.

E foi nessa que o futebol brasileiro perdeu força por lá.

O boom de investimento registrado na última janela de transferências permitiu que os clubes chineses contratassem alguns jogadores de fama internacional e de carreira sólida na Europa.

E, para poder inscrevê-los, os times tiveram de abdicar dos estrangeiros que já estavam em seus elencos. Muitos deles, brasileiros.

Um exemplo: atual pentacampeão nacional e vencedor da última Liga dos Campeões da Ásia, o Guangzhou Evergrande trocou Robinho pelo colombiano Jackson Martínez, contratado por 42 milhões de euros (R$ 182 milhões) do Atlético de Madri.

Outro caso que chama atenção é o do novo rico Heibei China Fortune. Recém-promovido para a elite, o time contratou o argentino Ezequiel Lavezzi (ex-PSG), o marfinense Gervinho (ex-Roma), o camaronês Stéphane Mbia (ex-Sevilla) e o francês Gael Kakuta (ex-Chelsea). Ou seja, não quis nenhum brasileiro.

Isso não significa que o futebol brasileiro não estará representado no Chinês. Pelo contrário, estará muito representado. Só que não como antes.

CONHEÇA OS BRASILEIROS QUE VÃO DISPUTAR O CAMPEONATO CHINÊS

Beijing Guoan: Ralf, Kléber e Renato Augusto
Chongqing Lifan: Fernandinho e Jael
Guangzhou Evergrande: Alan, Paulinho e Ricardo Goulart
Guangzhou R&F: Bruninho e Renatinho
Hangzhou Greentown: Denilson Gabionetta
Henan Jianye: Ivo
Jiangsu Suning: Alex Teixeira, Jô e Ramires
Shandong Luneng: Aloísio, Diego Tardelli, Gil e Jucilei
Shangai SIPG: Elkeson
Shijiazhuang Ever Bright: Diego Maurício
Tianjin Teda: Wagner

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.