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Rafael Reis

Argentinos que criticam Messi já devem estar com saudades

Rafael Reis

12/11/2015 07h50

Lionel Messi pode até não ser unanimidade entre os torcedores argentinos, que até hoje nutrem uma relação de amor e ódio com o craque do Barcelona, mas faz falta demais para a seleção vice-campeã mundial.

Principal desfalque do elenco dirigido por Tata Martino para o clássico contra o Brasil, nesta quinta-feira, pela terceira rodada das eliminatórias da Copa do Mundo-2018, o camisa 10 costuma ver o desempenho do seu time desabar quando não está em campo.

Das últimas cinco partidas oficiais que disputou sem o astro, a Argentina só conseguiu vencer uma: 3 a 1 contra o Peru, em 2013, pelas eliminatórias do Mundial anterior.

No mais, só decepções. No mês passado, na abertura do qualificatório sul-americano, os argentinos perderam em casa para o Equador e empataram fora com o Paraguai. Ou seja, somaram só um dos primeiros seis pontos que disputaram.

Messi

Em 2013, a equipe encerrou sua participação nas eliminatórias da Copa com uma derrota por 3 a 2 para o Uruguai. Messi, com problemas musculares, não participou da partida.

O quinto jogo oficial em que o craque não atuou aconteceu há quase dez anos. A Argentina foi eliminada nos pênaltis pela Alemanha nas quartas de final da Copa-2006. Ainda garoto, o jogador do Barcelona viu o jogo todo do banco.

Para o azar de Martino, Messi, que se recupera de uma lesão no ligamento do joelho esquerdo, não é o único desfalque para o confronto com o Brasil. Sua seleção também não poderá contar com Agüero, Tevez, Zabaleta e Garay, todos machucados.

Mas para a sorte do treinador, as ausências do astro do Barcelona na seleção são raras. Ainda que alguns torcedores mais xiitas desejassem que essa frequência fosse maior.

A falta de identificação entre Messi e a torcida argentina é histórica e tem origem no fato de o atacante ter ido para a Europa ainda no começo da adolescência e até ter flertado com a possibilidade de jogar pela Espanha.

Para alguns argentinos, o jogador é muito mais um espanhol, ou melhor, um catalão, que um argentino. E também não mostra pelo time nacional o mesmo futebol de quando veste a camisa do Barcelona.

A falta de títulos pela seleção também ajuda. Eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo, Messi foi campeão mundial sub-20 e medalhista de ouro com a Argentina nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Mas não conseguiu acabar com o jejum de 22 anos do time adulto sem ganhar um único título.

Nem mesmo o vice-campeonato na Copa-2014 e a vitória no prêmio de melhor jogador da competição amenizaram as críticas. Depois de marcar quatro gols na primeira fase, ele não balançou as redes nenhuma vez nos mata-matas. Ou seja, para o torcedor, amarelou.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.