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Rafael Reis

Longe da seleção, Paulinho vira "camisa 10" e artilheiro na China

Rafael Reis

12/09/2019 04h00

Apesar de ser volante, Paulinho sempre foi um jogador de muitos gols. No Corinthians, cansou de decidir partidas importantes. Na seleção brasileira, também deixou sua marca algumas vezes.

Mas, em 2019, o ex-jogador do Tottenham e do Barcelona está se superando. Aos 31 anos, o brasileiro virou o principal artilheiro do Guangzhou Evergrande, líder do Campeonato Chinês, e o segundo principal goleador de toda a competição.

Crédito: Divulgação

Em toda a temporada, Paulinho marcou 18 vezes em 32 partidas, e a média de 0,56 gol por jogo é digna de fazer inveja à maioria dos atacantes. Na liga nacional, foram 15 bolas nas redes em 22 apresentações.

Na primeira divisão chinesa, somente o israelense Eran Zahavi, do Guangzhou R&F, tem desempenho ofensivo melhor que ele: 23 gols. O brasileiro Alex Teixeira, do Jiangsu Suning, também acumula 15 tentos.

Já na artilharia do Evergrande, Paulinho reina soberano. Quem mais se aproxima dele é o ponta esquerda chinês Shihao Wei, autor de 13 gols na soma de todas as competições da temporada.

O protagonismo ofensivo exercido pelo ídolo corintiano na China está ligado à decisão do técnico Fabio Cannavaro (aquele ex-zagueiro do Real Madrid que foi eleito o melhor jogador do mundo em 2006) de escalá-lo mais adiantado no gramado.

Em boa parte dos jogos do Evergrande, o camisa 8 é quem faz o papel de "10" no clube chinês.

No 4-2-3-1 implantando pelo treinador italiano, Paulinho muitas vezes joga à frente dos dois volantes, fazendo a faixa central na linha dos três armadores, posicionado logo atrás do centroavante.

Assim, tem facilidade para entrar na área adversária e emendar um gol atrás do outro. Entre 5 de julho e 11 de agosto, ele marcou em todas as aparições do Evergrande no Chinês.

Foram sete partidas consecutivas balançando as redes, com direito a um hat-trick na goleada por 4 a 1 sobre o Dalian Yifang e a dois gols na vitória por 2 a 0 sobre o Beijing Renhe.

Apesar da ótima fase vivida no Oriente, Paulinho está afastado da seleção brasileira há dez meses. Sua única convocação depois da Copa do Mundo de 2018 foi para os amistosos contra Uruguai e Camarões, em novembro passado do ano passado – o volante foi titular contra os africanos.

Maior campeão da história da Superliga chinesa, com sete títulos consecutivos conquistados entre 2011 e 2017, o Evergrande viu sua hegemonia ser interrompida na temporada passada e perdeu o troféu para o Shanghai SIPG.

Mas, neste ano, já retomou novamente a dianteira do campeonato do país mais populoso do planeta. A sete rodadas do fim da competição, tem cinco pontos de vantagem para o segundo colocado, o Beijing Guoan, de Fernando e Renato Augusto.

Nesta sexta-feira, a equipe Paulinho, do meia Anderson Talisca e do atacante Elkeson enfrenta o Jiangsu Suning, quinto na tabela, que, além de Alex Teixeira, conta com os brasileiros Miranda e Éder (naturalizado italiano).


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.