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Rafael Reis

Na Copa do Mundo das mulheres, homens ainda são maioria como técnicos

Rafael Reis

07/06/2019 04h20

A Copa do Mundo que começa nesta sexta-feira é das mulheres. Mas, quem olhar para os bancos de reserva da principal competição feminina de futebol do planeta pode até achar que está em mais um torneio masculino.

Isso porque os treinadores homens ainda são maioria nas seleções participantes do Mundial. Das 24 equipes que estão na França-2019, apenas nove são comandadas por mulheres.

Crédito: Divulgação

O número é um pouquinho maior do que o da edição anterior do torneio. Quatro anos atrás, oito países levaram técnicas mulheres para a Copa. E um deles, os Estados Unidos, ficou com o título.

Em geral, as seleções treinadas por mulheres são aquelas de nações onde a modalidade tem vencido a barreira do preconceito, conta com campeonatos nacionais prósperos e já está mais estabelecida na cultura popular.

Além dos EUA, que mantiveram a campeã Jill Ellis, França (Corinne Diacre), Alemanha (Martina Voss-Tecklenburg), Holanda (Sarina Wiegamnn) e Japão (Asako Takakura) estão entre os times favoritos que estão em mãos femininas.

Mas o que impera no resto do mundo são mesmo os técnicos homens, muitos deles com carreiras totalmente construídas no futebol masculino e que só se envolveram com a modalidade das mulheres nos últimos anos.

Esse é o caso do treinador do Brasil, Oswaldo Alvarez. Vadão, como é conhecido, trabalhou exclusivamente com homens entre 1992 e 2014. Nesse período, dirigiu times como São Paulo, Corinthians e Atlético-PR.

Cinco anos atrás, recebeu o convite para dirigir a seleção feminina. Depois de terminar os Jogos Olímpicos do Rio-2016 na quarta posição, perdeu o emprego e foi substituído por uma mulher, Emily Lima, que só durou dez meses no cargo.

A queda da treinadora (seguida de um boicote de jogadoras incomodadas com a decisão) abriu a possibilidade para o retorno de Vadão, que chega ao Mundial com nove derrotas nas nove últimas partidas da seleção.

Outro nome conhecido do futebol masculino que está na Copa das mulheres é Phil Neville. Ex-lateral e volante do Manchester United, ele não tinha nenhuma experiência na modalidade feminina quando foi contratado para comandar a Inglaterra, no ano passado.

Mas, ao contrário de Vadão, seus resultados têm sido expressivos. Sob seu comando, as inglesas ganharam a SheBelieves Cup, três meses atrás, e chegam ao Mundial como candidatas reais ao título.

Essa é a oitava edição do Mundial feminino. Os Estados Unidos são os atuais campeões e também os maiores vencedores, com três títulos (1991, 1999 e 2015). Alemanha (2003 e 2007), Noruega (1995) e Japão (2011) também já ficaram com o título.

A melhor campanha brasileira foi o vice-campeonato de 2007. A equipe de Marta, Formiga e cia. estreia na competição neste domingo, contra a Jamaica. Austrália e Itália são as outras seleções que integram o Grupo C.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.