Topo

Rafael Reis

Como Modric foi de melhor do mundo a problema para o Real em 5 meses

Rafael Reis

21/12/2018 04h00

Em julho, Luka Modric conduziu a seleção croata ao maior feito de sua história. O vice-campeonato mundial conquistado na Rússia-2018 foi determinante para que o meia fosse eleito pela primeira vez na carreira o melhor jogador do planeta.

Mas, neste sábado, às 14h30 (de Brasília), quando o camisa 10 do Real Madrid pisar no gramado para enfrentar o Al-Ain, dos Emirados Árabes, na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, poucos lembrarão do tamanho do seu prestígio.

Crédito: Tatyana Makeyeva/Reuters

Cinco meses foram suficientes para transformar o sucessor de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo no posto de jogador número um da Terra em um problemão para o atual tricampeão europeu e bi mundial.

O Modric de 2018/19 pouco lembra o jogador que conduzia o meio-campo do Real nas últimas temporadas e, muito menos, aquele que transformou a Croácia em uma das seleções mais temidas do planeta.

E os números ajudam a mostrar isso. O camisa 10 não balança as redes há seis meses. Isso mesmo, seu último gol foi ainda na fase de grupos da Copa, na vitória por 3 a 0 sobre a Argentina. A seca já dura incríveis 32 partidas.

Tudo bem que sua missão principal não é mexer no placar das partidas. Mas, mesmo nas assistências, essa sim uma de suas especialidades, o meia tem deixado a desejar. Foram apenas três passes para gols do Real nesta temporada (média de 0,14 por partida). Em 2017/18, essa média estava na casa de 0,19 por jogo.

Outros dados também mostram o declínio do jogador de 33 anos, que flertou com a Inter de Milão na última janela de transferências, mas acabou permanecendo para cumprir seu penúltimo ano de contrato (vai até junho de 2020).

De acordo com o site "WhoScored?", site especializado nas estatísticas do futebol, o nível atual de acerto de passes de Modric é o segundo pior desde sua chegada ao Real, em 2012. Nesta edição do Campeonato Espanhol, o croata consegue completar 88,9% dos toques para seus companheiros – quatro anos atrás, essa marca encostava nos 92%.

A quantidade de passes dados pelo jogador também caiu consideravelmente: de 68,3 por partida, em 2015/16, para 51,8 a cada 90 minutos na atual temporada, novamente seu segundo pior resultado com a camisa merengue.

Quem tem sofrido com a queda de desempenho do meia são os times que ele defende.

A seleção croata levou um desastroso 6 a 0 da Espanha em setembro e foi rebaixada para a segunda divisão da Liga das Nações da Europa. Já o Real ocupa apenas o quarto lugar em sua liga nacional e já sofreu alguns vexames históricos nesta temporada, como a goleada por 5 a 1 ante o Barcelona e as derrotas por 3 a 0 contra Eibar e CSKA Moscou.

O clube espanhol venceu três das quatro últimas edições do Mundial (2014, 2016 e 2017) e busca seu sétimo título de uma competição desse status (também ganhou em 1960, 1998 e 2002, antes do início da "era Fifa").

Já o Al-Ain, que disputa o torneio como representante do país-sede, tenta ser o primeiro time asiático a faturar a taça.


Mais de Cidadãos do Mundo

Técnico de zebra do Mundial foi condenado por corrupção e pode ser preso
Por onde andam 7 ex-jogadores do Manchester City que "sumiram"?
Astro da Juve já foi pego em escândalo de corrupção: verdade ou lenda?
Com 5 gols em 11 dias, Messi dispara rumo ao topo da Chuteira de Ouro

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.