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Rafael Reis

Sem emplacar na França, Ganso convive com banco e ameaça de rebaixamento

Rafael Reis

08/11/2018 04h00

No último sábado, o meia brasileiro Paulo Henrique Ganso assistiu do banco de reservas aos primeiros 65 minutos da derrota por 1 a 0 do Amiens contra o Nice, a oitava do seu time em 12 rodadas do Campeonato Francês.

Quando foi a campo, o ex-jogador de Santos e São Paulo pouco fez. De acordo com o "WhoScored?", site especializado nas estatísticas do futebol, o camisa 8 tentou 22 passes, acertou 20, arriscou uma finalização e não conseguiu evitar o resultado negativo.

Esse cenário de muitos minutos longe de campo e pouca produtividade quando está dentro dele tem sido a rotina de Ganso desde que ele decidiu se mudar para a Ligue 1.

Sem espaço no Sevilla, onde chegou a ficar oito meses sem disputar uma partida oficial e sequer ser relacionado para sentar no banco, foi emprestado ao Amiens no começo da temporada.

A opção por um time pouco expressivo e de elenco modesto era justamente evitar a repetição dessa situação. Em uma equipe menos qualificada tecnicamente, Ganso teria mais chances de ser titular e recuperar ritmo de jogo.

Mas o plano, pelo menos por enquanto, não tem dado muito certo. Das dez partidas disputadas pelo Amiens desde sua chegada ao clube, o brasileiro só foi titular em quatro. Em outras cinco, entrou no segundo tempo.

O único jogo em que o meia atuou durante os 90 minutos foi contra o Metz, válido pela Copa da Liga Francesa, competição em que os times da primeira divisão muitas vezes poupam seus principais nomes.

Para piorar, nas soma das duas últimas partidas, Ganso não chegou a não ficar nem um tempo completo em campo. Foram 25 minutos na derrota para o Nice e mais 18 ante no insucesso ante o Nantes – 2 a 1.

Até agora, o brasileiro ainda não conseguiu balançar as redes pelo Amiens. Seu último gol como profissional, aliás, irá completar aniversário de um ano no dia 6 de dezembro. Em assistências, pelo menos, ele não anda tão mal assim. Já foram três passes precisos nesta temporada.

Contratado para ser titular absoluto da equipe e ajudá-la a escapar do rebaixamento, Ganso perdeu espaço com a decisão do técnico Christophe Pélisser de escalar o volante e zagueiro Mathieu Bodmer, ex-PSG, mais adiantado, na armação das jogadas.

Outro que também costuma fazer a mesma função do brasileiro é Eddy Gnahoré, que está emprestado pelo Palermo e participou de 12 dos 13 jogos da equipe na temporada.

O Amiens é o antepenúltimo colocado do Campeonato Francês, com dez pontos, apenas três a mais que os lanternas, Monaco e Guingamp. Pela classificação atual, teria de vencer uma repescagem contra um time da segunda divisão para permanecer na elite.

Ganso está emprestado ao clube até o fim da temporada. Seu contrato com o Sevilla é mais longo e vai até junho de 2021.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.