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Rafael Reis

Fora da fase final da Copa, África "emplaca" um time inteiro nas quartas

Rafael Reis

06/07/2018 04h20

As seleções africanas foram eliminadas logo na primeira fase da Copa do Mundo. Mas isso não significa que o continente esteja sem representantes nas quartas de final da competição de futebol mais importante do planeta.

Nada menos que 24 dos 184 (13%) que ainda continuam na busca pelo título na Rússia-2018 poderiam perfeitamente vestir a camisa de uma das equipes da África.

Ou seja, um time inteiro (dos oito que seguem vivos na Copa) só não é africano porque decidiu assumir outra nacionalidade.

Dois dos quadrifinalistas até nasceram em território africano. O zagueiro Samuel Umtiti, do Barcelona, é natural de Iaundé, capital de Camarões. Já o goleiro Steve Mandanda, do Olympique de Marselha, é do antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo.

Ambos, no entanto, decidiram jogar pela França, país para onde migraram ainda na infância em busca de melhores oportunidades de vida.

Os outros 21 africanos que continuam na disputa do Mundial da Rússia são descendentes de gente que trilhou esse mesmo caminho. Seus pais e avós nasceram na África e foram para Europa tentar a sorte.

Destaque da França na vitória sobre a Argentina, nas oitavas, o atacante Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain) nasceu em Paris, mas é filho de um técnico de futebol camaronês com uma ex-jogadora de handebol argelina.

Vice-artilheiro da Copa, o atacante Romelu Lukaku (Manchester United) é belga de nascimento. Mas toda sua família (tanto a paterna, quanto a materna) tem origem congolesa.

A Inglaterra, por sua vez, conta com Dele Alli, meio-campista do Tottenham que não só é filho de pai nigeriano, mas que também é príncipe de uma tribo por lá, os Yorubás, segundo maior grupo étnico do país.

As quartas de final contam ainda com descendentes de ganenses, marroquinos, senegaleses, malineses, guineenses, togoleses e angolanos.

A África teve cinco seleções participando da Copa da Rússia: Egito, Tunísia, Nigéria, Senegal e Marrocos. Pela primeira vez desde a Espanha-1982, nenhuma delas conseguiu sequer passar da primeira fase.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.