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Rafael Reis

Copa do Mundo deve definir "loucuras" da próxima janela de transferências

Rafael Reis

31/05/2018 04h00

Na última temporada, quatro contratações de jogadores romperam a marca dos 100 milhões de euros (R$ 430 milhões). E uma delas, a ida de Neymar para o Paris Saint-Germain, quebrou todos os recordes históricos do futebol ao chegar em 222 milhões de euros (R$ 956 milhões).

Será que algo semelhante acontecerá na próxima janela de transferências? Não há motivos para pensar que não. O Mercado da Bola continua aquecido (e inflacionado), há astros dispostos a mudar de time e clubes sedentos em busca de reforços.

No entanto, é bem provável que tenhamos de esperar alguns meses para conhecer quais serão as grandes "loucuras" da próxima temporada europeia. E a responsável por isso é a Copa do Mundo.

Alguns candidatos para protagonizar esses negócios de valor bem acima da média já são bem conhecidos: Antoine Griezmann, Neymar, Cristiano Ronaldo, Robert Lewandowski. Mas todos eles vão para a Rússia-2018 e, portanto, têm assuntos mais urgentes para se preocupar pelos próximos 45 dias.

Além disso, em ano de Copa, os próprios clubes não costumam "queimar a largada" e sair contratando a esmo logo no início da janela.

Eles preferem atrasar um pouco a montagem do elenco para a temporada seguinte e esperam o andamento da competição para só então definir quais são os alvos que merecem um investimento maior.

Ou seja, o que acontece nos gramados do Mundial costuma influenciar (e muito) como será o Mercado da Bola daquela temporada.

Quatro anos atrás, o Real Madrid se reforçou com dois dos maiores destaques individuais da Copa do Brasil: o meia Toni Kroos, campeão com a seleção alemã, e o colombiano James Rodríguez, artilheiro da competição.

Já em 2010, o espanhol David Villa, um dos artilheiros do torneio, migrou para o Barcelona. Em 2006, o Real fez questão de contratar o zagueiro Fabio Cannavaro, que viria a ser eleito o melhor jogador do mundo naquele ano por sua atuação na Copa à frente da seleção italiana.

Essa relevância da Copa do Mundo na definição dos rumos das janelas de transferência também já colocou alguns clubes em uma fria.

Goleador e sensação do Mundial de 1994, o atacante russo Oleg Salenko descolou uma transferência do nanico Logroñés para o Valencia. Um ano depois, o time espanhol fez questão de passá-lo adiante para o futebol escocês.

O meia-atacante El-Hadji Diouf seguiu caminho semelhante. Ele brilhou com a surpreendente seleção senegalesa em 2002 e conseguiu trocar o Lens, da França, pelo Liverpool. Mas em 55 partidas com a camisa vermelha, marcou apenas três vezes e acabou negociado com o Bolton.

Entre erros e acertos, o certo é que a Copa do Mundo acaba sendo determinante no Mercado da Bola. Então, se você quer saber quais serão as "grandes loucuras" da próxima janela de transferências, é melhor esperar um pouquinho e curtir a Rússia-2018 primeiro.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.