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Rafael Reis

7 jogadores que abandonaram o futebol devido a problemas médicos

Rafael Reis

17/02/2018 04h00

Pouco mais de um ano depois de um choque de cabeça que fraturou seu crânio durante uma partida contra o Chelsea, o meia Ryan Mason, e-Tottenham e que defendia o Hull City na época do incidente, anunciou durante a semana sua aposentadoria do futebol.

O jogador de 26 anos decidiu encerrar precocemente a carreira devido a orientações médicas. Segundo os especialistas consultados, um novo choque na região poderia causar sérios danos à sua saúde.

O caso de Mason, infelizmente, não é o primeiro e provavelmente não será o último envolvendo jogadores de futebol que precisaram abandonar o esporte que praticavam devido a problemas médicos.

Muita gente conhecida, até mesmo campeões mundiais e atletas com passagem por seleções, tiveram de seguir o mesmo caminho do meia inglês.

Apresentamos abaixo outros sete jogadores que abreviaram suas carreiras como profissionais por conta de questões médicas:

FABRICE MUAMBA
Volante
Inglês
Aposentado aos 24 anos, em 2012

Com passagem pelas seleções inglesas de base, o ex-volante revelado pelo Arsenal protagonizou uma das cenas mais impressionantes do futebol mundial nos últimos anos. Em 2012, enquanto defendia o Bolton, Muamba sofreu um mal súbito e desabou em campo. Seu coração ficou parado por 78 minutos, mas ele incrivelmente sobreviveu. Cinco meses após o colapso cardíaco, o jogador anunciou que não jogaria mais futebol profissionalmente. Atualmente, o ex-volante é formado em jornalismo esportivo e também já concluiu um curso de técnico.

RUBÉN DE LA RED
Meia
Espanhol
Aposentado aos 25 anos, em 2010

Campeão da Euro-2008 com a seleção espanhola, o meia havia acabado de ser recontratado pelo Real Madrid, seu clube formador, depois de uma temporada de sucesso pelo Getafe, quando desmaiou em campo durante uma partida da Copa do Rei. Exames detectaram um problema cardíaco no jogador, que ainda passou dois anos tentando reunir condições médicas para voltar ao futebol antes de jogar a toalha. Aposentado aos 25 anos, De la Red passou a trabalhas nas categorias de base do Real e depois virou treinador do time reserva do Getafe.

TOSTÃO
Atacante
Brasileiro
Aposentado aos 26 anos, em 1973

Um dos grandes nomes da história do futebol brasileiro, o ídolo do Cruzeiro levou uma bolada no olho esquerdo durante uma partida contra o Corinthians em 1969 e sofreu um deslocamento de retina. O craque ainda conseguiu se recuperar a tempo de disputar (e vencer) a Copa do Mundo do ano seguinte. No entanto, sua visão foi piorando progressivamente e o levou a abandonar o futebol três anos depois da conquista do tri. Tostão entrou em uma faculdade de medicina e se dedicou exclusivamente à nova carreira até a década de 1990, quando decidiu voltar ao mundo de esporte e passou a trabalhar como comentarista.

DONI
Goleiro
Brasileiro
Aposentado em 2013, aos 32 anos

Reserva da seleção brasileira na Copa-2010 e dono da meta da Roma por seis temporadas, Doni descobriu uma arritmia cardíaca ainda no início da carreira, em 2004, e jogou durante quase uma década ciente desse problema. A situação, no entanto, começou a se agravar durante sua passagem pelo Liverpool, na temporada 2011/12. Doni voltou ao Brasil para jogar no Botafogo-SP, clube onde começou a carreira. Só que os problemas cardíacos fizeram com que ele desistisse da ideia e antecipasse a aposentadoria.

STILIYAN PETROV
Volante
Búlgaro
Aposentado em 2013, aos 33 anos

Capitão da seleção da Bulgária na Euro-2004, o volante disputou quase 200 jogos pelo Aston Villa até que uma leucemia pôs fim à sua carreira. O jogador, que também passou por Montana, CSKA Sofia e Celtic, ficou em três anos em tratamento e assumiu outras funções no clube inglês. Em 2016, Petrov tentou retornar ao gramado e até participou da pré-temporada do Villa. No entanto, acabou não sendo integrado ao elenco.

CHRIS NAUMOFF
Meia-atacante
Australiano
Aposentado em 2016, aos 21 anos

Estrela ascendente do futebol australiano, Naumoff estava de transferência para o futebol espanhol quando descobriu um problema cardíaco que o obrigou a deixar os gramados com apenas 21 anos. O meia-atacante foi reprovado nos exames médicos do Numancia, atualmente na segunda divisão da Espanha, que detectaram que ele sofria de uma cardiomiopatia hipertrófica (mesma doença que provocou a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, em 2004).

SINAN BYTYQI
Meia
Kosovar
Aposentado em 2017, aos 22 anos

Hoje olheiro de Pep Guardiola, o meia de origem kosovar era alguns meses atrás uma das promessas do Manchester City. Bytyqi descobriu que sofria de cardiomiopatia hipertrófica durante um exame de rotina feito em dezembro de 2016 pelo Go Ahead Eagles, clube holandês ao qual estava emprestado. Quase um ano depois, em novembro de 2017, veio o diagnóstico definitivo: devido à doença, ele não poderia mais jogar futebol profissional. O City, então, ofereceu-lhe um novo emprego e ele passou a integrar a equipe de olheiros de Guardiola.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.