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Rafael Reis

Real chega ao Mundial como pior europeu desde Chelsea-2012

Rafael Reis

13/12/2017 04h00

Após derrotar o Pachuca por 1 a 0 na semifinal do Mundial de Clubes, o Grêmio tem pelo menos um bom motivo para acreditar que pode sair campeão da decisão do próximo sábado… mesmo que tenha como adversário o poderoso Real Madrid.

Apesar de contar com estrelas do nível de Cristiano Ronaldo, Toni Kroos e Marcelo, o time espanhol, que joga nesta quarta-feira, às 15h (de Brasília), contra o Al-Jazira por vaga na decisão, é o europeu que desembarcou no torneio da Fifa em pior momento dos últimos cinco anos.

Vencedor das duas últimas edições da Liga dos Campeões, o Real ainda não embalou depois das férias do meio de ano e conquistou apenas 73,1% dos pontos que disputou na atual temporada.

Desde 2012, uma equipe europeia não chegava ao Mundial de Clubes com um aproveitamento tão baixo. Na ocasião, o Chelsea havia faturado 66,2% dos pontos jogados no Campeonato Inglês, na Champions e nas copas nacionais.

E foi justamente o clube de Londres que protagonizou o último fracasso de um representante europeu na competição. Naquele ano, o Corinthians derrotou os ingleses por 1 a 0 e trouxe o troféu para o Brasil.

A fase do Real não chega a ser tão ruim quanto a do Chelsea-2012, que chegou a ficar quase um mês sem vencer entre novembro e dezembro. Mesmo assim, está bem distante do que se espera de um vencedor da Champions.

A comparação com o ano passado é inevitável. Em 2016, o Real chegou ao Mundial ainda invicto na temporada. Seu currículo tinha 17 vitórias e sete empates. Ou seja, aproveitamento de 80,5%.

Em 2017/18, o Real já acumula três derrotas (para Tottenham, Betis e Girona). Além disso, venceu 17 vezes e empatou outras seis (ante Tottenham, Valencia, Levante, Atlético de Madrid, Athletic Bilbao e Fuenlabrada).

Com uma quantidade de tropeços acima do normal, o time de Cristiano Ronaldo se classificou para a fase final da Champions na segunda colocação do seu grupo e ocupa apenas um modesto quarto lugar no Campeonato Espanhol.

Alguns dos seus principais jogadores, como o zagueiro Sergio Ramos, Gareth Bale e Karim Benzema, têm sofrido com problemas físicos, o que tem obrigado o técnico Zinedine Zidane a dar cada vez mais espaço para garotos pouco experimentados, como o zagueiro Jesús Vallejo, o lateral direito Achraf Hakimi e o centroavante Borja Mayoral.

A sensação só não é completamente de crise porque o time emendou dois bons resultados antes da viagem para os Emirados Árabes: uma vitória por 3 a 2 sobre o Borussia Dortmund e a goleada por 5 a 0 ante o Sevilla.

Mas não se engane, o Real de dezembro de 2017 está muito mais para o Chelsea-2012 do que para a equipe que encantou o planeta e se sagrou bicampeã europeia nas duas últimas temporadas. Sorte do Grêmio (que já está na decisão).

APROVEITAMENTO NA TEMPORADA DOS TIMES EUROPEUS DO MUNDIAL

2017 – Real Madrid (ESP) – 73,1%
2016 – Real Madrid (ESP) – 80,5%
2015 – Barcelona (ESP) – 77,8%
2014 – Real Madrid (ESP) – 88%
2013 – Bayern de Munique (ALE) – 85,2%
2012 – Chelsea (ING) – 66,2%


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.