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Rafael Reis

Médica foi alvo de polêmica no Chelsea e agora quer distância do futebol

Rafael Reis

12/12/2017 04h00

Ela ganhou fama durante os seis anos em que trabalhou à beira do campo como médica do Chelsea, ganhou admiradores por sua beleza e pela qualidade do seu trabalho, virou uma espécie de queridinha dos tabloides britânicos. Só que agora está desiludida com o futebol profissional.

Demitida do clube londrino há dois anos, depois de uma guerra com o técnico português José Mourinho que foi parar na Justiça, a médica inglesa Eva Carneiro, 44, vai tocando sua vida bem distante dos holofotes.

Eva ainda mora em Londres e trabalha hoje em uma clínica que aplica técnicas da medicina esportiva em atletas de fim de semana e também em profissionais que não têm à disposição uma equipe médica em seu clube.

"Fiquei um tempo no Qatar, outro em Gibraltar. Tenho trabalhado em grandes projetos, mas agora tenho uma vida normal. Voltei a me sentir médica", afirmou a britânica, em entrevista ao jornal francês "L'Équipe", meses atrás.

Apesar de admitir que pode aceitar um convite para retornar ao futebol profissional no futuro, Eva tem motivos de sobra para querer um certo distanciamento do ambiente onde viveu entre 2009 e 2016.

Natural de Gibraltar, um território pertencente ao Reino Unido localizado no extremo sul da Espanha, ela trabalhou no West Ham, no Instituto Médico Olímpico e na seleção inglesa feminina antes de ser contratada pelo Chelsea.

Foi durante sua passagem pelos "Blues" que Eva se tornou uma celebridade do mundo esportivo britânico. O fato de ser uma mulher bonita trabalhando em um ambiente predominantemente masculino a colocou em jornais, revistas e programas de TV.

A fama que fez dela uma atração dos jogos do Chelsea também lhe trouxe problemas na vida pessoal. Um ex-namorado, Rupert Patterson-Ward, afirmou ao tabloide "The Sun" que Eva era ninfomaníaca e mantinha relações sexuais com jogadores do clube.

Durante o período em que trabalhou no time de Stamford Bridge, a médica também sofreu ameaças de morte e de violência sexual, conforme relatou em entrevista publicada pelo "Daily Telegraph" no ano passado.

Mas o episódio mais conhecido e marcante de sua passagem pelo Chelsea foi o conflito com Mourinho, que fez com que ela perdesse o emprego.

No começo da temporada 2015/16, o treinador português não gostou de vê-la entrar em campo para atender o meia-atacante Eden Hazard nos acréscimos da partida contra o Swansea City. O atendimento do belga deixou o Chelsea momentaneamente com nove jogadores em campo – já havia tido um atleta expulso.

Após o episódio, Mourinho afirmou que Eva foi "inocente" na jogada e a afastou da comissão técnica do time principal. Pouco depois, a britânica foi demitida e acionou judicialmente o antigo empregador e seu então técnico pela quebra de contrato e também por danos morais.

O processo, no entanto, não chegou a ser julgado, já que as três partes envolvidas chegaram a um acordo –os termos e o valor da indenização recebida pela médica não foram revelados para a imprensa.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.