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Rafael Reis

De pai para filho: como família alagoana virou sucesso em rival do Brasil

Rafael Reis

04/12/2017 04h00

O pai disputou uma Copa do Mundo e comandou a seleção em outras duas. Ao longo da carreira como jogador e técnico, conquistou por cinco vezes o campeonato nacional. O filho atua na primeira divisão espanhola, acumula mais de 100 partidas pela seleção, é o vice-capitão da equipe e está prestes a disputar seu segundo Mundial.

A família mais importante do futebol da Costa Rica, segunda adversária da seleção brasileira na Copa-2018, tem origem no Brasil.

Mais precisamente em Maceió (AL), onde nasceu Alexandre Guimarães, veterano do Mundial de 1990 que dirigiu os "Ticos" em 2002 e 2006 e é pai de Celso Borges, meio-campista do La Coruña (ESP) e uma das principais estrelas costarriquenhas da atualidade.

Guimarães chegou à América Central ainda na infância, no início dos anos de 1970, acompanhando seu pai, que era médico. No final da década, já era jogador profissional de futebol.

O meia nunca atuou fora da Costa Rica e viveu seu melhor momento no Deportivo Saprissa, clube que defendeu por nove anos e lhe deu três títulos nacionais. Naturalizado costarriquenho, fez parte da primeira seleção do país que disputou uma Copa do Mundo, em 1990.

Na ocasião, tornou-se o primeiro jogador nascido no Brasil a enfrentar a seleção brasileira em um Mundial. A derrota por 1 a 0 nem chegou a ser frustrante, já que a Costa Rica conseguiu avançar às oitavas de final do torneio.

Doze anos depois, Guimarães reencontrou o time de sua terra natal e foi novamente derrotado. Já como técnico da seleção costarriquenha, acabou goleado por 5 a 2 pelos brasileiros na última rodada da primeira fase da Copa-2002.

O treinador ainda trabalhou no Mundial de 2006, a pior campanha da história da Costa Rica na competição e a única vez em que a equipe foi derrotada nos três jogos que disputou.

Atualmente à frente do Mumbai City, time que disputa a milionária Superliga Indiana, Guimarães vê atualmente o legado da família ser defendido pelo filho mais novo, Celso.

O meia de 29 anos construiu sua carreira na Suécia e defende o tradicional Deportivo La Coruña desde 2005. Convocado pela primeira vez para a seleção em 2008, já é um dos dez jogadores que mais defenderam a Costa Rica na história (106 jogos).

Não à toa, é hoje o vice-capitão da equipe e um dos atletas mais influentes do elenco dirigido pelo técnico Óscar Ramírez.

Três anos atrás, Borges visitou o país onde nasceu seu pai para ajudar a Costa Rica a alcançar as quartas de final e ser a surpresa da última Copa do Mundo.

Nome certo na lista de Ramírez para 2018, o meio-campista terá no próximo ano a mesma oportunidade que seu pai teve no passado, a de medir forças em uma Copa com o futebol mais vitorioso do planeta, a terra de onde veio sua família.

"A mesa está servida. #Grupo E, agora é se servir como nunca", publicou Borges em sua conta no Twitter, logo após o sorteio da última sexta-feira.

Brasil e Costa Rica se enfrentam no dia 22 de junho, em São Petesburgo, pela segunda rodada da Copa-2018. Sérvia e Suíça são as outras seleções da chave.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.