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Rafael Reis

Argentina pode ter até 5 técnicos na Copa; Brasil se contenta com Tite

Rafael Reis

11/11/2017 04h00

A Argentina comeu o pão que o diabo amassou para se classificar para a Copa do Mundo e só conseguiu a vaga na última rodada das eliminatórias sul-americanas, no mês passado.

No entanto, a presença do futebol bicampeão mundial (1978 e 1986) na Rússia-2018 nunca esteve seriamente ameaçada. Pelo menos, não a participação dos seus treinadores.

Quatro seleções comandadas por compatriotas de Diego Maradona e Lionel Messi já estão com passaporte carimbado para a próxima Copa. E esse número ainda pode crescer até a semana que vem.

A menos que percam seus empregos até junho, Jorge Sampaoli (Argentina), José Pékerman (Colômbia). Edgardo Bauza (Arábia Saudita) e Héctor Cúper (Egito) irão representar a escola argentina de técnicos no Mundial russo.

O grupo ainda pode ganhar um quinto nome se Ricardo Gareca, ex-comandante do Palmeiras, desbancar a Nova Zelândia, na repescagem das eliminatórias, e conseguir recolocar o Peru em uma Copa depois de 36 anos.

Ou seja, até 15% de todas as seleções que vão participar da principal competição do futebol mundial podem ser dirigidas por treinadores argentinos.

A terra de Messi tem uma chance bastante razoável de ser o país com maior número de técnicos trabalhando na próxima Copa, posto que pertence à Alemanha em 2014 (emplacou quatro nomes).

A situação da Argentina contrasta bastante com a do Brasil. Assim como aconteceu na Copa passada, é bem provável que a seleção brasileira seja a única na Rússia treinada por um representante da única escola pentacampeã mundial.

Se três anos atrás Luiz Felipe Scolari carregou sozinho a responsabilidade de defender esse legado, daqui sete meses a tarefa deve ser exclusividade de Tite.

Nada muito diferente do que já acontece no primeiro escalão do futebol de clubes. Enquanto os técnicos brasileiros raramente conseguem emprego nas ligas mais importantes da Europa, os argentinos fazem sucesso em clubes de sucesso.

Diego Simeone é o exemplo mais bem sucedido. Há seis anos à frente do Atlético de Madri, faturou um título espanhol e foi duas vezes finalista da Liga dos Campeões da Europa. Já Mauricio Pochettino ainda não ganhou nada com o Tottenham, mas fez da equipe londrina a base da seleção inglesa e uma das principais forças da Premier League.

Na Espanha, há ainda Eduardo Berizzo, que substituiu Sampaoli no comando do "mediano" Sevilla. E quatro temporadas atrás, até o poderoso Barcelona foi comandado por um argentino, Tata Martino.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.