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Rafael Reis

Messi ficará menor se a Argentina não se classificar para a Copa?

Rafael Reis

10/10/2017 04h00

Cinco títulos de melhor jogador do planeta, uma Bola de Ouro da Copa do Mundo, outra do Mundial sub-20, oito troféus de Campeonatos Espanhóis, quatro de Liga dos Campeões e vários recordes: maior artilheiro da história do Barcelona, recordista de bolas na rede pela seleção argentina e jogador com mais hat-tricks em competições europeias.

Esse é o currículo resumido de Lionel Messi. Um currículo que certamente será posto em prova caso o camisa 10 falhe na tarefa de classificar a Argentina para a Copa da Rússia-2018.

A tarefa não é mais das simples. A seleção dirigida por Jorge Sampaoli precisa derrotar o Equador, fora de casa, nesta terça-feira, para se garantir na repescagem. A vaga direta para o Mundial só virá em caso de combinações de resultado envolvendo Chile, Peru e Colômbia.

Mas, afinal, qual será o impacto de um possível fracasso argentino nas eliminatórias da Copa para a carreira de Messi? O astro do Barça será menor caso não consiga classificar seu país para a competição mais importante do calendário da bola?

Para começar a responder essa pergunta, é preciso lembrar que, apesar de ser um dos nomes mais importantes do futebol mundial no século 21, o meia-atacante não é uma unanimidade. E, aqueles que costumam criticá-lo, sempre usam como argumento seu desempenho com a camisa da Argentina.

O último título da seleção principal dos nossos vizinhos foi a Copa América de 1993, conquistada muito antes do início da Era Messi. Apesar de defender a equipe adulta há 12 anos, o craque foi incapaz de encerrar esse tabu.

Mesmo quando bateu na trave, como no vice-campeonato da última Copa do Mundo, o jogador não escapou das críticas. Messi foi eleito o craque da competição, mas pouca gente concordou com a indicação. Meses depois, o então presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu que a premiação do argentino foi um erro.

Criado na Catalunha desde o começo da adolescência, o meia-atacante nunca conquistou também a confiança plena do torcedor de sua terra-natal. Enquanto o mundo todo debatia se Messi era mais jogador do que Maradona um dia foi, os argentinos nem tratavam essa questão uma discussão séria.

Aos 30 anos e caminhando para a reta final da carreira, o craque tem lugar garantido entre os melhores da história do futebol. Mas para ter uma posição inquestionável de destaque nessa galeria, ainda falta algo… um título de Copa ou fim das dúvidas sobre seu desempenho pela seleção.

Não, a culpa pelo longo jejum da Argentina e pelo futebol horrível demonstrado pela equipe nas eliminatórias não é de Messi. Mas não há dúvidas de que ele será o maior prejudicado caso o país não dispute a Copa-2018.

Afinal, um fracasso dessa magnitude será para sempre um pesado asterisco em sua história.

Para resumir: Messi continuará sendo um gigante mesmo que a Argentina fique fora do Mundial. Mas talvez vire um gigante um pouco menor…


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.