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Rafael Reis

Miranda vê Brasil entre favoritos, mas quer encarar europeus para evoluir

Rafael Reis

03/10/2017 04h00

Dez vitórias nas últimas 12 partidas, primeira colocação nas eliminatórias sul-americanas e vaga para a Copa do Mundo com quatro rodadas de antecedência. Sob comando de Tite, a seleção brasileira recuperou o respeito do planeta e se tornou a principal favorita para a conquista do título na Rússia-2018. Certo?

Bem, não é isso que pensa Miranda. Titular absoluto da camisa amarela há três anos, o zagueiro da Inter de Milão admite que o Brasil voltou a figurar entre as principais seleções do planeta, mas diz também que o time ainda precisa melhorar para faturar o hexacampeonato mundial no próximo ano.

"Vejo um Brasil como um dos favoritos ao título. Mas ele está no mesmo nível de Itália, Alemanha, Argentina, todas essas seleções mais tradicionais, e também da Espanha. Nosso time é muito jovem, vamos jogar alguns amistosos para evoluir."

Os amistosos a que Miranda se refere como um fator essencial para que o Brasil chegue à Rússia em condições de levantar a taça são os aguardados encontros contra seleções europeias.

A seleção não joga contra uma equipe do Velho Continente há dois anos e meio, desde a vitória por 3 a 1 sobre a França, em amistoso disputado em março de 2015. Desde a chegada de Tite, foram 11 jogos contra sul-americanos e um encontro com a Austrália.

A CBF já agendou dois amistosos para os próximos meses. Em novembro, o time brasileiro irá enfrentar o Japão. Em março de 2018, a adversária será a Alemanha, atual campeã mundial e algoz no 7 a 1 na semifinal da Copa-2014. Há ainda a expectativa de um confronto com França ou Inglaterra antes do fim deste ano.

"São adversários diferentes. As seleções europeias costumam ser taticamente melhores que as sul-americanas. Por isso, precisamos jogar contra algumas delas", afirmou o zagueiro, que tem atuado ao lado de Marquinhos (Paris Saint-Germain).

O jogador de 33 anos ganhou um lugar na seleção com a reformulação da equipe feita por Dunga logo após o fiasco no último Mundial. Desde então, ele não saiu mais do time. Nem mesmo a temporada conturbada da Inter de Milão em 2016/17 ameaçou sua titularidade.

"Não temi perder espaço na seleção porque, mesmo com os altos e baixos do meu clube, eu consegui manter boas atuações. E, quando a equipe está mal, o zagueiro costuma aparecer mais, né?"

É por essas e outras que o ex-jogador de São Paulo e Atlético de Madri já conta as horas para disputar a primeira Copa de sua carreira. Mas sem achar que se tornou um intocável para Tite.

"Acredito que faço parte do elenco que vai para a Copa e me vejo na seleção que vai disputar o torneio. Só que estamos falando de seleção brasileira. Você precisa provar o tempo todo que é um dos melhores para continuar lá. O nosso país não para de produzir jogadores de qualidade", completa.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.