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Rafael Reis

Astro da Copa de 1994 volta à Champions como "faz tudo" em time próprio

Rafael Reis

26/07/2017 04h00

Gheorghe Hagi foi um dos grandes nomes do futebol mundial na década de 1990. Ao longo de 19 anos de carreira, vestiu as camisas de Real Madrid, Barcelona e Galatasaray, entre outros. E, o mais importante, levou a Romênia até as quartas de final da Copa do Mundo de 1994.

Aos 52 anos, o eterno camisa 10 retorna à Liga dos Campeões da Europa nesta quarta-feira. Não como jogador, é claro, mas sim como uma espécie de "faz tudo" do Viitorul Constanta.

O atual campeão romeno, que enfrenta o cipriota Apoel, em casa, no jogo de ida da terceira e penúltima rodada de mata-matas da fase preliminar da Champions, é o grande projeto de vida de Hagi.

O Viitorul foi fundado em 2009 com um objetivo nada modesto: criar jogadores capazes de reerguer o futebol romeno, que não disputa um Mundial desde a aposentadoria do seu maior craque –a última participação foi na França-1998.

Hagi buscou inspiração nas duas escolas que mais admira: a holandesa e a espanhola. É essa mescla, que dá origem ao estilo de jogo do Barcelona, que o astro sonha reproduzir dentro de campo.

"A Romênia tem que investir nas categorias de base. Só assim conseguiremos criar uma nova geração de jogadores que, assim como aquela da qual participei, possa desafiar a todos. Talvez consigamos produzir uma geração ainda melhor. É essa a minha meta", afirmou, em recente entrevista ao jornal britânico "Guardian".

É por isso que o elenco do Viitorul que vai disputar a Champions é formado quase que exclusivamente por atletas locais. O zagueiro francês Kévin Boli, o meia espanhol Dani López e o armador brasileiro Eric Pereira são as únicas exceções.

O ex-jogador do Barça e do Real ainda não foi capaz de recolocar a Romênia entre as seleções mais temidas do planeta, mas seu trabalho já começa a dar frutos.

Em oito anos de história, o Viitorul se sagrou campeão das três divisões do futebol romeno, disputou na temporada passada a Liga Europa e agora jogará pela primeira vez a principal competição interclubes do planeta.

O ex-meia se divide atualmente entre três funções. Além de proprietário do clube, é o mentor do projeto técnico-tático e treinador da equipe adulta. Mas Hagi também já foi presidente e até pai de jogador do elenco do campeão romeno.

Para poder se concentrar nos assuntos de dentro do gramado, o ex-jogador entregou o comando administrativo do clube e também da "Academia Hagi", o centro de formação de novos atletas do Viitorul, para um outro profissional, Pavel Peniu.

Um dos tantos garotos lapidados por Hagi na Romênia foi seu filho Ianis. O meia-atacante de 18 anos jogou por duas temporadas na equipe adulta até ser negociado em 2016 por por 2 milhões de euros (R$ 7,3 milhões) com a Fiorentina, onde pouco jogou até o momento.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.