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Rafael Reis

7 grandes promessas do futebol mundial que ficaram só na promessa

Rafael Reis

28/04/2017 04h00

O próximo Pelé, o novo Maradona, o sucessor de Messi, o substituto de Neymar. O que falta na história do futebol são garotos talentosos que assombraram os torcedores durante a adolescência e, ainda muito jovens, foram comparados a ícones da história do esporte.

Alguns deles efetivamente se tornam grandes jogadores. Basta olhar para o passado de Messi e lembrar que um dia ele foi apontado como o novo Maradona ou recordar a história de Neymar, o sucessor de Robinho.

Mas, muita gente talentosa se perde pelo caminho e jamais consegue cumprir a expectativa quer foi depositada nos seus ombros. O futuro glorioso de grandes clubes, seleção e prêmio de melhor do mundo dá lugar à realidade de times pequenos e pouca perspectiva de mudança.

Listamos abaixo 7 grandes craques do futuro do futebol mundial que, quando o futuro chegou, mostraram não ser tudo isso.

FREDDY ADU
Meia
27 anos
Norte-americano
Sem clube

Quem acompanhou o Mundial sub-20 de 2003 certamente ficou perplexo ao ver um garotinho de 14 anos enfrentando adversários seis anos mais velhos. E, o mais impressionante, não passando vergonha contra eles. Adu virou matéria do "New York Times", assinou contrato com a Nike, quebrou recordes na MLS e foi apontado como o Pelé do "século XXI". Catorze anos depois de ser descoberto pelo planeta, busca um time para jogar depois de fracassar em oito países diferentes –inclusive no Brasil, onde defendeu o Bahia em 2013.

FEDERICO MACHEDA
Atacante
25 anos
Italiano
Novara (ITA)

Contratado pelo Manchester United quando tinha apenas 16 anos, o centroavante italiano marcou na partida de estreia pelo clube inglês, dois anos mais tarde, e repetiu a dose no segundo jogo com a camisa dos Red Devils. Macheda também deixou sua marca no primeiro clássico que disputou, contra o Chelsea. E parou por aí. Depois de seis empréstimos em que não repetiu o brilho ideal, acabou liberado pelo United em 2014. Hoje, disputa a segunda divisão italiana pelo Novara.

ROYSTON DRENTHE
Holandês
30 anos
Meia
Aposentado

O cara tem apenas 30 anos e já abandonou o futebol profissional para se dedicar a uma carreira como rapper. Essa informação basta para mostrar o quanto o Real Madrid se equivocou dez anos atrás ao levar para seu elenco o meia holandês Royston Drenthe, revelação do Feyenoord. O clube se impressionou com as atuações do jogador na Eurocopa sub-21 de 2007 e resolveu investir no garoto, que fracassou por lá e terminou precocemente a carreira jogando nos Emirados Árabes.

DOMINIC ADIYIAH
Ganês
27 anos
Atacante
Korat (TAI)

O atacante de baixa estatura e um exímio faro de gol apareceu com tudo em 2009. No Mundial sub-20 daquele ano, não foi apenas a estrela do time campeão, como também o artilheiro e o vencedor do prêmio de melhor jogador. O sucesso lhe valeu a convocação para a Copa do Mundo-2010 e uma transferência para o Milan. Adiyiah ficou dois anos na Itália e nunca disputou uma partida oficial. Desde 2015, atua no futebol da Tailândia. E, apesar de titular do Korat, só marcou um gol em oito jogos na atual temporada.

BOJAN KRKIC
Espanhol
26 anos
Atacante
Mainz (ALE)

De todos os jogadores citados aqui, é aquele que construiu a carreira mais sólida. Afinal, disputava até três meses atrás a Premier League inglesa, pelo Stoke City, e hoje joga o Campeonato Alemão com a camisa do Mainz. O relativo sucesso que experimenta, no entanto, é muito pouco para quem era tratado como estrela nas categorias de base do Barcelona, tirou de Messi o recorde de jogador mais jovem da história do clube a estrear no Espanhol e debutou na seleção espanhola com 18 anos.

FLORENT SINAMA-PONGOLLE
Francês
32 anos
Atacante
Chainat (TAI)

Assim como Adiyiah, é outra eterna promessa que encontrou refúgio no futebol da Tailândia. Sinama-Pongolle também surgiu como fenômeno em um Mundial de base, no caso a Copa do Mundo sub-17 de 2001. Campeão, craque e artilheiro do torneio, acabou sendo rapidamente contratado pelo Liverpool. Sem sucesso em Anfield, ainda teve oportunidades em clubes de primeiro escalão, como Sporting (POR) e Atlético de Madri, mas nunca alcançou o sucesso esperado. Depois de jogar na Suíça, nos Estados Unidos e na Escócia, o que sobrou para ele foi mesmo o futebol tailandês.

NII LAMPTEY
Ganês
42 anos
Meia
Aposentado

Foi uma espécie de Freddy Adu dos anos 1990. Com 16 anos, já havia estreado na equipe principal do Anderlecht e recebido apelidos do tipo "Pelé africano". A fama o levou a ser emprestado ao PSV Eindhoven e ao Aston Villa. Conseguiu se manter razoavelmente em alto escalão no futebol europeu até meados da década. Depois, começou uma peregrinação que incluiu Argentina (Unión Santa Fé), China (Shandong Luneng), Emirados Árabes (Al-Nasr) e África do Sul (Jomo Cosmos), onde se aposentou em 2008.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.