Topo

Rafael Reis

Capitão do Real foi único espanhol contratado em 7 anos e gerou polêmica

Rafael Reis

18/04/2017 04h00

Capitão do Real Madrid desde a saída de Iker Casillas, há dois anos, Sergio Ramos foi o herói da conquista da Liga dos Campeões de 2014 e é hoje um dos maiores ídolos da torcida do clube espanhol.

Mas, se a filosofia madridista tivesse sido seguida à risca, o zagueiro de 31 anos jamais teria desembarcado no Santiago Bernabéu e construído essa história de sucesso com o uniforme branco.

Preocupado em encher seu elenco de jogadores consagrados no mundo todo, os chamados galácticos, e em internacionalizar sua marca para ganhar mercados como o asiático e o sul-americano, o Real desistiu de contratar jogadores espanhóis na década passada.

Entre 2002 e 2008, somente um atleta nascido na Espanha teve seus direitos econômicos adquiridos pelo clube da capital e foi levado diretamente para a equipe principal: Sergio Ramos.

Só esse detalhe já é suficiente para demonstrar como a contratação do defensor fugiu do padrão do Real Madrid. Mas essa não foi a única polêmica que envolveu sua chegada ao clube mais vitorioso do país.

O então lateral direito do Sevilla era um garoto de 19 anos, que não havia disputado nem 50 partidas como profissional e que não passava de um anônimo fora da Espanha. Mesmo assim, custou 27 milhões de euros (R$ 90 milhões), uma fortuna para a época.

Sergio Ramos foi mais caro que Robinho (24 milhões), Michael Owen (12 milhões), Cannavaro (7 milhões) e Cassano (5,5 milhões), só para citar alguns jogadores já bem mais conhecidos do que ele que foram contratados no período.

Apesar da polêmica em torno de sua contratação, o camisa 4 teve sucesso quase imeditado no Bernabéu. Logo na primeira temporada no novo clube, já assumiu um lugar no time titular –revezando-se entre a lateral, a zaga e o posto de primeiro volante.

Fixado no miolo da zaga desde o fim de 2011, virou um dos principais nomes na posição. Desde então, entrou em todas as seleções do mundo organizadas anualmente pela FifPro, o sindicato mundial dos jogadores de futebol.

Em 11 anos de Real Madrid, conquistou 13 títulos. O mais inesquecível? A Champions de 2014, chamada de "La Decima", na qual marcou, já nos acréscimos, o gol que levou a decisão contra o Atlético de Madri para a prorrogação.

Nesta terça-feira, Sergio Ramos tem uma missão especial. Ajudar a defesa espanhola a segurar o ataque do Bayern de Munique e se classificar para a semifinal da Champions. No jogo de ida, semana passada, na Alemanha, o Real levou a melhor: 2 a 1.


Mais de Cidadãos do Mundo

Por onde andam os jogadores do Arsenal campeão inglês invicto?
Hat-trick faz zebra holandesa alcançar Messi e dividir artilharia da Europa
Sensação da temporada, Monaco pode faturar até R$ 1,2 bilhão com revelações
Ele é alemão, vale R$ 100 mi e tem jogador do Fla como ídolo de infância

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.