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Rafael Reis

CR7 chorava quando perdia e respondia provocações com pedradas, conta amigo

Rafael Reis

05/01/2017 06h00

O favorito ao prêmio de melhor jogador do mundo de 2016 era uma criança que andava por todo lado com uma bola debaixo do braço, chorava quando era derrotado em uma pelada e, se provocado pelos amiguinhos, respondia com pedradas.

Quem conta tudo isso é o fabricante de pastéis Nelson Castro, 52, que conhece e acompanha Cristiano Ronaldo desde a infância em Funchal, na Ilha da Madeira, ao sudoeste da parte continental de Portugal.

Cristiano Ronaldo

Nelson era um grande amigo de José Dinis Aveiro, pai do craque, que morreu em 2005. Os dois atuaram juntos no Andorinha, pequeno clube local onde o futuro astro português deu seus primeiros chutes.

"Ele era um garoto muito inquieto, sempre a carregar sua bolinha para cima e para baixo. Desde pequeno, chamava a atenção quando jogava. A velocidade dos seus piques era impressionante e os chutes, muito fortes. Tudo isso com apenas oito anos", afirma, por telefone.

Segundo o pasteleiro, o pequeno Cristiano Ronaldo estava sempre à procura de algum amigo disposto a lhe encarar nos gramados ou quadra de cimentos. Quando não conseguia encontrar ninguém, resolvia o problema sozinho.

"Eu sempre via ele chutando a bola contra a parede quando não havia ninguém para jogar com ele. E aí, ele chutava ainda com mais força para que todos ouvissem de longe o barulho das pancadas que ele dava."

A competitividade e a sede por vitórias que o atacante mostra hoje com as camisas do Real Madrid e da seleção portuguesa já faziam parte da personalidade do projeto de craque. Só que o seu "não saber perder" era demonstrado de outra maneira na infância.

"Se ele perdia uma partida de futebol, começava a chorar. E se alguém tirasse sarro por isso, ele pegava uma pedra e tratava de jogar nele. O mais importante para o Ronaldo era ganhar", completa Nelson.

Mais de duas décadas se passaram desde então, e Cristiano Ronaldo já não chora mais a cada derrota (pelo menos, não em público). Aos 31 anos, o português virou um dos grandes nomes do esporte mundial e foi eleito por três vezes o melhor jogador de futebol do planeta.

A quarta vitória deve vir na próxima segunda-feira, em Zurique, quando Fifa anuncia em Zurique (SUI) o vencedor do seu prêmio anual. O astro do Real Madrid é o favorito da vez. O argentino Lionel Messi e o francês Antoine Griezmann, os outros finalistas da eleição, correm por fora.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.