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Rafael Reis

Campeão mundial, Zidane tem ano de estreia melhor que o de Guardiola

Rafael Reis

19/12/2016 06h00

A vitória por 4 a 2 na prorrogação sobre o Kashima Antlers, no domingo, na decisão do Mundial de Clubes, fez Zinedine Zidane encerrar com chave de ouro seu primeiro ano à frente de um time de primeira divisão.

O melhor jogador do planeta em 1998, 2000 e 2003 já conquistou três títulos na nova função (Liga dos Campeões e Supercopa Europeia, além do torneio da Fifa). E conseguiu um feito ainda mais impressionante: superar o desempenho do já histórico primeiro ano de carreira de Pep Guardiola.

Zidane

Apesar de ter deixado escapar o título espanhol, o Real Madrid de 2016 consegue ser melhor que o Barcelona da temporada 2008/09. Pelo menos, em relação ao aproveitamento de pontos.

Promovido a técnico do time principal em 4 de janeiro, logo após a demissão de Rafa Benítez, Zidane dirigiu o Real Madrid em 53 partidas em seu primeiro ano de carreira. Foram 40 vitórias, 11 empates e 2 derrotas. Ou seja, conquistou 82,4% dos pontos que disputou.

A marca é superior aos 74,7% alcançados por Guardiola em seus primeiros 12 meses à frente do Barcelona, oito anos atrás. Na ocasião, o técnico estreante conseguiu 42 vitórias, 13 empates e 7 derrotas.

A vantagem do ano de estreia da revolução Pep no Barça foi a conquista de todos os títulos possíveis naquele momento: Espanhol, Copa do Rei e Liga dos Campeões.

Nunca na história do Real Madrid um treinador teve um início tão bom quanto o astro francês.

Sem perder há 37 partidas, o time de Zidane ostenta a maior invencibilidade do clube em 114 anos de história e está a dois jogos de igualar a maior marca do futebol espanhol em todos os tempos –estabelecida pelo Barcelona na temporada passada.

A última vez que o ex-camisa 10 da seleção francesa saiu de campo derrotado foi em 6 de abril, quando o Real foi batido pelo Wolfsburg, na Alemanha, no jogo de ida das quartas de final da Champions.

Naquele momento, ainda havia dúvidas se Zidane vingaria na carreira de técnico. Mas, desde então, ele venceu todas as suas batalhas: ganhou o título europeu, faturou o Mundial, fixou Casemiro como um homem essencial para seu meio-campo, provou que James Rodríguez merece ser reserva e convenceu Cristiano Ronaldo a aceitar ser poupado de vez em quando.

Mais que isso, tem conseguido cumprir a pesada meta que a diretoria lhe impôs: ser para o Real Madrid o mesmo que Guardiola havia sido para o Barcelona.

Os predicados são os mesmos: Zidane também foi ídolo como jogador e se formou como técnico nas categorias de base do clube que lhe deu a primeira chance na nova carreira, assumiu um time em crise e teve sucesso praticamente instantâneo.

Os números do início da era Guardiola, ele já superou.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.