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Rafael Reis

Como intercâmbio da "família Red Bull" ajuda a explicar sensação Leipzig

Rafael Reis

28/11/2016 06h00

Líder da Bundesliga em seu ano de estreia na primeira divisão, invencibilidade de 13 jogos na temporada, sequência de sete vitórias consecutivas. Esse é o RB Leipzig. Mas, se quiser, pode chamá-lo de "seleção Red Bull".

A equipe que está desbancando o Bayern de Munique do topo na Alemanha recebeu uma forcinha considerável dos outros times do grupo para se tornar a principal sensação do futebol europeu nesta temporada.

Red Bull

Dos 11 titulares usados pelo técnico Ralph Hasenhüttl na goleada por 4 a 1 sobre o Freiburg, fora de casa, na sexta-feira, cinco foram importados do Red Bull Salzburg.

Além deles, o lateral direito brasileiro Bernardo também veio dos clubes irmãos do Leipzig. Cria das categorias de base do Red Bull Brasil, ele passou sete meses na Áustria antes de ir para a Alemanha.

Essa possibilidade de intercâmbio é uma das vantagens que o líder da Bundesliga tem sobre os outros 17 times que disputam a competição.

Como a empresa de energéticos possui quatro clubes ao redor do mundo (além dos três já citados, há o New York Red Bulls, nos EUA), ela pode distribuir seus jogadores da forma que for mais estratégica para ela.

As transferências entre clubes da "família Red Bull" não são, pelo menos em tese, gratuitas. Mas, como todas eles possuem o mesmo acionista majoritário, a maior parte do dinheiro sai e volta para o mesmo bolso.

Por isso, assim que o Leipzig subiu para a primeira divisão alemã, a Red Bull tratou de abastecê-lo com alguns dos destaques do Salzburg, equipe que conquistou os últimos três títulos austríacos.

Foi nessa leva que chegaram, por exemplo, o meia Naby Keita, Bernado e o lateral direito Benno Schmitz.

A estratégia da Red Bull para transformar o Leipzig em uma força na Alemanha não é inédita no futebol e já foi utilizada por outros grupos que possuem mais de um clube.

O empresário italiano Giampaolo Pozzo chegou a ter seus times disputando das três das mais importantes primeiras divisões do planeta (Itália, Espanha e Inglaterra) e promovia trocas constantes de jogadores entre Udinese, Granada e Watford.

O Manchester City é outro que já se aproveitou desse expediente.

Em 2014, pegou Frank Lampard emprestado de sua filiar norte-americana, o New York City. Já na atual temporada, buscou o meia Aaron Mooy no time australiano do grupo, o Melbourne City, para inserí-lo no mercado inglês –está emprestado ao Huddersfield Town.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.