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Rafael Reis

Ex-São Paulo aguarda estreia na Champions e se assusta com preços em Mônaco

Rafael Reis

27/09/2016 06h00

"Já fui sim ao cassino, mas foi mais para conhecer. Não jogo mais do que 50 euros [R$ 180]. Não dura nem três minutos, mas é assim mesmo. No cassino, você não ganha nenhuma vez. Só perde."

O meia Gabriel Boschilia tem muito mais do que um garoto de 20 anos ousa sequer sonhar. Defende um clube que disputa a Liga dos Campeões da Europa, recebe em euros e mora em um dos lugares mais cobiçados do planeta. Mas faz questão de manter os pés no chão.

Boschilia

Trata-se de uma estratégia de sobrevivência. O principado de Mônaco, para onde se mudou em agosto do ano passado, quando deixou o São Paulo, é uma tentação. Uma terra repleta de celebridades, marcas luxuosas e um custo de vista que assusta o jogador.

"Aqui é tudo muito caro. Todos os carros são de luxo, os apartamentos também são maravilhosos. Sempre que chega uma conta, você se assusta. Você precisa se acostumar, mas é difícil."

Ainda mais, quando lembra que cada euro gasto por lá equivale a R$ 3,62 que poderia engordar sua conta.

"Tive que parar com esse negócio de ficar convertendo o preço de tudo porque eu não queria nem comprar uma Coca-Cola", brinca.

"Mão fechada" assumido, Boschilia está longe de ganhar mal. Mesmo assim, do alto dos seus 20 anos, faz questão de economizar o máximo que pode por pensar no futuro.

"Carreira de jogador de futebol termina cedo, com 35 anos já fica complicado. E, também, gastar vira vício, você se acostuma com um padrão de vida e depois não consegue mais manter", afirma.

O meia, que passou o primeiro semestre de 2016 emprestado ao Standard Liège, da Bélgica, para ganhar experiência, voltou ao Mônaco nesta temporada e já marcou um gol no Campeonato Francês, sonha agora em realizar o sonho de infância de estrear na Liga dos Campeões.

O ex-jogador do São Paulo já sentiu o cheirinho da Champions ao ficar no banco contra o Villarreal, pela etapa preliminar da competição. Mas, agora, quer ir a campo.

"A expectativa é muito grande, estou trabalhando para isso. Só de ficar no banco já foi muito emocionante. Vi a Champions tantas vezes na TV, e agora estou lá dentro, é realidade. Fica aquela ansiedade de querer entrar e jogar, mas preciso ter calma."

O time de Boschilia, que estreou na fase de grupos com uma surpreendente vitória na Inglaterra sobre o Tottenham, recebe nesta terça-feira o Bayer Leverkusen com o objetivo de manter a liderança do Grupo E. O meia deve começar no banco de reservas.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.