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Rafael Reis

Mais de 10% dos brasileiros da Champions escolheram defender outra seleção

Rafael Reis

13/09/2016 09h42

A Liga dos Campeões da Europa começa nesta terça-feira com a participação de 72 jogadores brasileiros. No entanto, 11% deles decidiram deixar de ser considerados brasileiros para o mundo do futebol.

Apesar de terem nascido no país pentacampeão mundial ou de serem filhos de brasileiros, oito atletas inscritos na Champions optaram por abdicar dessa cidadania para poder defender outras seleções.

Pepe

Alguns desses casos são muito famosos. Campeão europeu na temporada passada pelo Real Madrid, o zagueiro alagoano Pepe joga pela seleção portuguesa há nove anos. Já o volante paulista Thiago Motta, do PSG, atua pela Itália desde 2011.

Mas há outros naturalizados cujas histórias ainda não foram tão exploradas assim.

Principal jogador do Ludogorets, o amazonenses Marcelinho, que passou pelas categorias de base do São Paulo e jogou por São Caetano e Bragantino, é, desde março, o dono da camisa 11 da Bulgária.

Quem também estreou por uma seleção estrangeira neste ano foi o volante Jorginho, do Napoli. Um dos destaques do último Campeonato Italiano, ele estreou pela Azzurra em amistosos no primeiro semestre.

Já o zagueiro Douglas, do Sporting, e o lateral direito Mário Fernandes, do CSKA Moscou, ainda não defenderam outras seleções, mas se naturalizaram respectivamente holandês e russo com esse objetivo.

O primeiro chegou a ser convocado pelos holandeses em 2012, mas não entrou em campo. Enquanto isso, o ex-gremista aguarda que seu período de residência na Rússia complete cinco anos para poder estrear pelo time anfitrião da próxima Copa.

Os seis casos citados acima são de jogadores que nasceram no Brasil e obtiveram outras cidadanias posteriormente devido a antepassados, casos de Thiago Motta e Jorginho, ou por morar muito tempo no país que optaram defender.

Já Thiago Alcántara, do Bayern de Munique, e o atacante Júnior Fernándes, do Dínamo Zagreb, nasceram no exterior, mas poderiam jogar pelo Brasil devido a seus pais.

O meia é filho do ex-volante Mazinho, tetracampeão mundial com a seleção em 1994 e nasceu quando seu pai jogava na Itália. Thiago optou por defender a Espanha, país onde cresceu e se profissionalizou, ao contrário de seu irmão Rafael, do Barcelona, que ganhou o ouro com a seleção olímpica brasileira na Rio-2016.

Já Júnior é filho de pai e mãe brasileira, mas nasceu e cresceu no Chile. Em 2011, estreou pela seleção adulta e só não foi para a Copa do Mundo-2014 devido a uma contusão.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.