Chegou a hora do futebol masculino sair das Olimpíadas
Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Zlatan Ibrahimovic seriam sim extras muito bem-vindos, mas sempre foram isso, extras. O mínimo que se espera da mais importante competição sub-23 do mundo é que ela consiga reunir os melhores jogadores com até 23 anos do planeta.
E é aí que o futebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 passa longe de atingir seu objetivo. Argentina, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Colômbia, Nigéria, Argélia e até o Iraque virão ao Brasil desfalcados daqueles que são seus principais nomes nascidos a partir de janeiro de 1993.
O caso de Portugal é ainda pior. Os atuais campeões europeus serão representados por uma seleção B, talvez até C, tamanha a quantidade de jogadores que não puderam ser convocados.
O veto dos clubes europeus à liberação de praticamente todos os atletas minimamente importantes mostra o quanto o futebol olímpico é irrelevante.
E é exatamente por isso que a modalidade, pelo menos em sua versão masculina, deveria deixar de fazer parte do programa da Olimpíada. Afinal, um torneio moribundo não faz bem nenhum para o esporte e nem para a competição.
A culpa pelo fracasso olímpico do futebol recai principalmente sobre a Fifa. A entidade nunca mostrou muito entusiasmo em ajudar o COI a transformar a modalidade em um atrativo nos Jogos –talvez por medo de ganhar um concorrente de peso para a Copa do Mundo ou mesmo os Mundiais de base.
O órgão, que poderia obrigar a liberação de jogadores de até 23 anos para o torneio olímpico, apenas recomenda os clubes cedam os atletas para as seleções. Pouco para convencer, por exemplo, a Juventus a liberar o argentino Paulo Dybala.
O calendário também não ajuda muito as Olimpíadas. O futebol nos Jogos do Rio, que será disputado entre 4 e 20 de agosto, coincide com o início da temporada europeia e vem logo depois da Eurocopa e da Copa América Centenário.
Seria pedir demais que um jogador como Renato Sanches, destaque português na Euro, emende o torneio continental, a competição olímpica e uma temporada desgastante em seu novo clube, o Bayern de Munique. Tudo isso sem ter tirado férias na época anterior.
Uma alternativa possível para o futebol olímpico não sofrer tanto com os desfalques seria diminuir o limite de idade dos jogadores dos atuais 23 anos para 20 ou 17. Mas essa opção seria só um paliativo, e modalidade continua pouco relevante dentro da maior competição esportiva do planeta.
Sendo assim, o melhor a fazer é admitir que o futebol masculino e a Olimpíada são mundos muito distantes, não combinam e devem seguir suas vidas separados.
Mais de Opinião
– Não ganhar o ouro olímpico no Rio será vexame histórico para seleção
– Agora é fácil falar: França será a próxima melhor seleção do mundo
– Eurocopa épica transforma Bale em candidato a melhor do mundo
– Eurocopa tem pior média de gols em 24 anos. De quem é a culpa?
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.