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Rafael Reis

Eurocopa épica transforma Bale em candidato a melhor do mundo

Rafael Reis

01/07/2016 07h00

A Eurocopa transformou Gareth Bale em herói nacional. Na primeira participação do País de Gales em uma grande competição desde 1958, a seleção passou da primeira fase, fez melhor campanha melhor que a Inglaterra e já está entre as oito melhores do continente. Muito disso graças a seu jogador mais importante.

Fora de Gales, a imagem de Bale também mudou radicalmente nos últimos 20 dias. Já ficou no passado aquela ideia defendida por tantos de que o atacante do Real Madrid é um jogador supervalorizado e que não vale nem metade dos mais de 90 milhões de euros que custou três anos atrás.

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O camisa 11 galês é agora um candidato real a ser finalista da próxima edição Bola de Ouro e quem sabe até conquistar o prêmio de melhor jogador do mundo.

Não se trata de exagero. Bale é o maior destaque individual da competição mais importante e observada do ano. E faz tudo isso em um ano em que Messi e mesmo Cristiano Ronaldo (apesar do título da Champions e de estar vivo na Euro) não brilharam tanto quanto em temporadas anteriores.

O astro da seleção britânica tem três gols no torneio continental e divide a artilharia com o francês Antoine Griezmann e o espanhol Álvaro Morata. Além disso, foi escolhido o "melhor em campo" em três das quatro partidas de Gales.

O atacante do Real lidera ainda o ranking de finalizações corretas da Euro (12 das suas 16 tentativas acertaram o alvo) e é o terceiro jogador da competição com mais dribles (fica atrás do belga Hazard e do alemão Draxler).

Some-se a isso as atuações decisivas na reta final da Liga dos Campeões (participou ativamente dos gols do Real na semi contra o Manchester City e na decisão ante do Atlético de Madri) e temos um candidato a melhor do mundo.

Se derrotar a Bélgica nesta sexta-feira e colocar uma seleção que até poucos anos atrás era motivo de piadas e não metia medo em ninguém na semifinal da Euro, a indicação de Bale ao prêmio se tornará quase inevitável.

Mas mesmo que seja eliminado nas quartas, a candidatura do galês não merece ser descartada. A história que ele escreveu nos gramados franceses já é épica demais.

E só para recuperar uma discussão que era bastante comum tempos atrás, Bale é bem melhor que Neymar. Pelo menos agora.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.