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Rafael Reis

A Euro-2016 pode ter um Leicester?

Rafael Reis

11/06/2016 06h00

França e Alemanha são as favoritas. Inglaterra, Bélgica e Espanha formam o segundo escalão. E Portugal, principalmente graças a Cristiano Ronaldo, corre por fora.

Apontar os principais candidatos à conquista da Eurocopa-2016 não é das tarefas mais complicadas. Mas eleger um candidato a Leicester da competição, isso sim é trabalho dos mais duros.

Para começar, é difícil acreditar que o raio vá cair duas vezes no mesmo lugar com uma diferença tão pequena de tempo. A Euro teve sua zebra épica três edições atrás, quando a Grécia se sagrou campeã continental de 2004.

Além disso, são poucas as seleções minimamente competitivas que poderiam fazer jus ao campeão inglês desta temporada, um time que em um ano trocou a luta contra o rebaixamento pelo título da liga nacional mais rica do mundo.

Apesar do futebol paupérrimo, da falta de renovação e do elenco escasso em talento, não dá, por exemplo, para considerar a Itália um Leicester. Afinal, a Azzurra é atual vice-campeã continental, venceu quatro Copas do Mundo e possui uma das camisas mais pesadas do planeta.

Croácia e Suíça, as seleções médias que considero como maiores candidatas a surpresa da Euro, também não.

Os croatas possuem um dos melhores meio-campos do mundo, com Modric, Rakitic, Kovacic e Perisic, enquanto os suíços estão em evolução constante há dez anos e já mostraram inclusive em Mundiais o quanto seu trabalho é sólido.

Que tal então as "seleções de um homem só"? País de Gales? Suécia? Áustria? Polônia? Definitivamente, não. Não dá para imaginar um Leicester que tenha Bale, Ibrahimovic, Alaba ou Lewandowski.

As galinhas mortas, como as estreantes Albânia e Irlanda do Norte, além da Hungria, também não servem para a comparação. Ver uma dessas seleções ganhar a Euro seria uma hecatombe ainda maior que o título do Leicester.

O que sobrou então? Turquia? Eslováquia? Rússia? República Tcheca? Ucrânia? Romênia? Islândia? É, pode ser. Acho que minha candidata a Leicester da Euro é a seleção islandesa.

Mas, confesso que a escolha é muito mais pela estranheza que esse time causa do que pela evolução do futebol islandês mostrada desde a quase classificação para a Copa do Mundo brasileira.

Então, agora sim, está decidido. Se fosse para apontar um candidato a um Leicester na Eurocopa, minha opção seria a Islândia. Mas o raio não vai cair duas vezes no mesmo lugar. Não ainda. E a Grécia continuará sendo o sinônimo máximo de zebra na competição.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.