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Rafael Reis

Ameaça a CR7 e Messi, Griezmann merece ser finalista do melhor do mundo

Rafael Reis

21/05/2016 07h30

A final da Liga dos Campeões, entre Real e Atlético de Madri, no próximo sábado, não decidirá apenas o título europeu desta temporada. Ela será essencial também para começarmos a definir se chegou a hora de o prêmio de melhor jogador do mundo passar por uma revolução.

Caso Cristiano Ronaldo não fature a Champions e nem consiga o milagre de levar Portugal à conquista da Eurocopa, é melhor a Bola de Ouro ir para mãos realmente novas na próxima cerimônia da Fifa.

Afinal, Lionel Messi, o último melhor do mundo e com quem CR7 se reveza como vencedor do prêmio desde a eleição de 2008, não passou das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa e não foi nem o protagonista do time no título espanhol.

Griezmann

Com o astro argentino praticamente fora da disputa e Cristiano Ronaldo a perigo, o nome natural para sucedê-los seria o do uruguaio Luis Suárez, artilheiro e melhor jogador do Espanhol.

Mas pesa sobre o camisa 9 do Barça, que realmente fez uma ótima temporada e conseguiu até mesmo ofuscar Messi e Neymar, a fraca campanha na Champions.

Só que há alguém que jogou ainda mais bola que Suárez ao longo dos últimos nove meses. Alguém que raramente aparece na mídia, que jamais foi cogitado para um dia ganhar a Bola de Ouro e mal é tratado como um dos grandes jogadores do planeta.

Aos 25 anos, o atacante francês Antoine Griezmann vive a melhor fase da carreira e é o responsável direto, dentro de campo, pelo Atlético de Madri estar na decisão da Liga dos Campeões e poder conquistar o título mais importante de sua história.

Se não fossem a velocidade, a inteligência e a técnica apurada do camisa 7, o Atlético seria apenas um time muito difícil de ser derrotado devido à sua excelente marcação. Mas que também raramente venceria alguém.

Griezmann é o responsável por dar aos colchoneros o poder de fogo e o talento que todo time precisa para se tornar vencedor. Não é nenhum exagero dizer que, sem o francês, a maior parte dos jogos da equipe de Simeone tenderia ao 0 a 0.

Não à toa, foi o francês que decidiu para o Atlético tanto as quartas de final (fez os dois gols da vitória sobre o Barcelona) quanto a semi da Champions (marcou o gol fora de casa da derrota por 2 a 1 para o Bayern).

Ah, mas ele não é tão mágico quanto Messi e nem faz tantos gols quanto Cristiano Ronaldo ou Suárez, alguns podem dizer.

De fato, Griezmann fica atrás do português e do uruguaio na artilharia. São 32 gols do francês na temporada, contra 51 do atacante do Real e 59 do centroavante do Barça.

Mas alguém realmente acha que marcar um gol pelo Atleti, um time com a estratégia toda voltada para a defesa, deve ter o mesmo peso de balançar as redes pelos dois gigantes espanhóis, cujas estratégias são super ofensivas?

Em termos de relevância e dificuldade, cada gol de Griezmann deveria valer por pelo menos dois de Suárez e Cristiano Ronaldo.

O comandado de Simeone tem mais uma carta na manga para convencer o colégio eleitoral da Fifa de que pode ser o melhor do mundo. Ele irá disputará a Euro em casa e por uma das seleções favoritas ao título.

Ou seja, há uma chance real de Griezmann conquistar dois títulos europeus na mesma temporada. Já não dá mais para ignorá-lo como candidato à Bola de Ouro.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.