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Rafael Reis

Como dormir cedo gerou expulsão de quarto em rival do Palmeiras

Rafael Reis

02/03/2016 06h00

Artilheiro e principal jogador do Rosario Central, adversário desta quinta-feira do Palmeiras pela fase de grupos da Libertadores, o atacante Marco Rubén tem uma relação de 12 anos com o técnico Eduardo Coudet.

Logo que foi promovido ao time principal, em 2004, o jogador, então com 17 anos, teve como primeiro companheiro de quarto na concentração aquele que hoje é seu treinador.

Só que Coudet, na época um jogador de 30 anos já consagrado e bastante influente dentro do elenco do Rosario Central, não gostou muito da companhia.

A história é contada pelo próprio atacante, que define seu atual comandante como um "ídolo".

"Dividi quarto com ele logo na primeira vez que fiquei concentrado. Só que eu ainda tinha que ir à escola e precisava dormir às 11h da noite. E ele gostava de passar à noite em claro. Então, ele não podia fazer barulho, tomar seu mate ou dar risadas. Na concentração seguinte, não deu outra: ele me mandou para outro quarto", contou Rúben, em entrevista à revista "El Grafico".

Marco Ruben

Doze anos depois de ser expulso do quarto por Coudet, o camisa 9 é hoje o homem de confiança do técnico. Carrega a braçadeira de capitão e a esperança canalla (apelido do time) de fazer uma grande campanha na Libertadores.

Aos 29 anos, Marco Rubén vive o melhor momento da carreira. Foi o artilheiro do último Campeonato Argentino, com 21 gols, e passou a ter nome sondado para defender a seleção.

O bom momento fez o Rosario Central aceitar pagar 6 milhões de euros (R$ 26 milhões) em janeiro para manter seu principal jogador, que tinha os direitos ligados ao Dínamo de Kiev e jogou na Argentina em 2015 por empréstimo.

Mas, se Rubén é tão bom assim, por que não deu certo na Ucrânia?

Até retornar ao clube onde começou, no ano passado, o atacante oscilava demais. Mais que isso: acumulava decepções.

Contratado pelo Villarreal em 2008, precisou de quatro temporadas para se tornar titular. Antes, foi rebaixado para o time B e emprestado para o Recreativo Huelva, uma equipe menor da Espanha.

Depois, rumou para o Dínamo de Kiev, onde também não conseguiu jogar bem. Resultado, começou a ser emprestado para outros clubes: um ano no Évian (FRA), seis meses no Tigre (MEX) e o tão aguardado reencontro com Coudet, o Rosario Central e o bom futebol.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.