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Rafael Reis

Veja por que Atlético de Madri é o time mais “cascudo” da Europa

Rafael Reis

24/02/2016 06h00

Uma das surpresas da fase de grupos da Liga dos Campeões, o PSV Eindhoven (HOL) terá de derrubar uma fortaleza para passar pelas oitavas de final da maior competição interclubes do mundo.

É que nenhum time da Europa marca tanto e tão bem quanto o Atlético de Madri, seu adversário desta quarta-feira.

A equipe comandada pelo argentino Diego Simeone é a que mais desarma os adversários entre as 98 participantes das cinco maiores ligas nacionais da Europa (Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França).

De acordo com o site "Who Scored", especializado em estatísticas, o Atlético de Madri rouba uma média de 24,7 bolas por partida.

Os times que mais se aproximam dessa marca na elite europeia são o francês Toulouse (23,4 desarmes) e o Liverpool (23,2).

A solidez do sistema defensivo do Atlético é tamanha que sua defesa encerrou 65% partidas que disputou nesta temporada sem sofrer um mísero gol.

Só como comparação, o Barcelona, atual campeão europeu e aclamado como o melhor time da atualidade, só não foi vazado em 43% dos seus jogos desde as férias do meio do ano passado.

Atletico de Madrid

É graças ao "sangue nos olhos" dos seus jogadores que o Atlético consegue fazer frente aos elencos mais ricos e estrelados da Espanha e de toda a Europa.

Com apenas 11 gols sofridos em 25 rodadas, os colchoneros têm a melhor defesa do Espanhol e ocupam a vice-liderança do torneio, atrás apenas do Barça, mas à frente do Real Madrid.

Na Liga dos Campeões, o primeiro lugar do Grupo C foi conquistado graças também ao fato de ter sido vazado apenas três vezes em seis partidas.

O estilo de marcação intensa e dedicação dos jogadores, mais parecido com o futebol praticado na Libertadores do que na Liga dos Campeões, é a principal marca do trabalho de Simeone.

Desde que foi contratado, em 2011, o Atlético joga assim. Foi à base de muito suor que a equipe venceu uma Liga Europa, quebrou a hegemonia Real-Barça no Espanhol e foi vice da Liga dos Campeões.

Nem a saída de peças importantes do seu sistema defensivo, como o goleiro belga Courtois (Chelsea) e o zagueiro brasileiro Miranda (Inter de Milão), fizeram com que essa fortaleza ruísse.

Afinal, o segredo do Atlético não está em quem marca. Mas sim, em como se marca: com muita intensidade e inteligência tática, bem do jeito que Simeone gosta.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.