Torcedores: Abandonou a namorada no hotel e se mandou Argentina adentro
Você colocaria em risco seu namoro devido à paixão que sente por um time de futebol?
Pois foi isso que o programador Mário Rodrigues, 33, fez no ano passado para conseguir ver de perto pela primeira vez na vida o Racing (ARG).
Torcedor do tradicional time de Avellaneda e também do XV de Piracicaba, clube da cidade onde vive, ele viajou com a namorada para Buenos Aires em agosto para realizar o sonho de assistir a um jogo da sua equipe de coração.
Chegando lá, a decepção. A tabela do Campeonato Argentino que havia visto no Brasil estava errada.
O Racing não jogaria em casa contra o Arsenal de Sarandí, como ele imaginava. A partida daquele sábado seria contra o Unión Santa Fé, a quase 300 km da capital argentina.
E o que Mário fez? É melhor ele mesmo contar.
"Fui à Avellaneda comprar uns produtos oficiais do Racing. Cheguei lá e encontrei um cara chamado Marco, que começou a se interessar pelo XV. Fizemos amizade e ele me disse que ia de carro para Santa Fé para ver o jogo à paisana, já que não havia lugar para a torcida visitante."
"Aí, não teve erro. Deixei minha namorada no hotel e peguei a estrada de carona rumo ao interior da Argentina."
O torcedor do Racing jura que o relacionamento sobreviveu ao abandono em Buenos Aires. Mas reconhece que aquela viagem teve um preço.
"Tive que deixar uns 2 mil pesos [aproximadamente R$ 540, na cotação atual] para ela comprar uma bolsa de couro. Foi o que me custou aquele dia que deixei ela sozinha", diverte-se.
A história da paixão de Mário pelo Racing é curiosa. Ele próprio admite que começou a torcer primeiro para a torcida do clube argentino do que propriamente para o time de futebol que ela apoiava.
"Comecei a frequentar caravanas do XV em jogos fora de casa e passei a dar valor para as torcidas organizadas. Aí, comecei a procurar por festas de torcidas na internet. Quando me deparei com a Guarda Imperial [barra brava do Racing], fiquei apaixonado. De repente, percebi que estava acompanhando todos os jogos e torcendo demais por aquele clube."
A nova paixão fez Mário até mudar de ideia sobre um assunto que tanto lhe incomodava: o fato de alguém poder torcer para dois times ao mesmo tempo.
"Como eu só torcia para o time da minha cidade, criticava muito os mistos, aqueles que torciam para o XV e para uma equipe de São Paulo. Mas, agora, estou do outro lado da moeda. Parei de criticar e virei o criticado."
"Costumo brincar que o XV é minha esposa, mas o Racing é minha amante".
E a namorada, como sua própria história prova, fica de lado no meio desse embate de relacionamentos.
A seção "Torcedores" é publicada semanalmente e traz histórias de brasileiros que torcem para clubes de outros países. Se você é apaixonado por um time estrangeiro e quer ter seu caso publicado, escreva para rafaelmdosreis@gmail.com
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