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Rafael Reis

A janela está aberta para todos, mas quem contrata é a China

Rafael Reis

30/01/2016 08h30

Janeiro é o mês em que a janela de transferências está aberta praticamente no mundo inteiro. Mas, em 2016, ela até parece uma exclusividade chinesa.

Enquanto os grandes clubes europeus estão passando praticamente ilesos pelo mercado de inverno, o futebol da China tem roubado a cena com grandes investimentos.

Não à toa, 11 das maiores 20 contratações deste início de ano foram feitas por times do gigante asiático. Inclusive, as três mais caras.

O meia brasileiro Ramires trocou o Chelsea pelo Jiangsu Suning por 28 milhões de euros (R$ 125 milhões) e se tornou o reforço mais caro do futebol chinês em todos os tempos.

Gervinho

O também brasileiro Elkseson deixou o Guangzhou Evergrande para jogar no Shangai SIPG, ambos da China, por 18,5 milhões de euros (R$ 82,5 milhões). E a contratação do marfinense Gervinho, da Roma, custou 18 milhões de euros (R$ 80 milhões) ao Hebei China Fortune.

Além deles, os chineses ainda levaram neste primeiro mês do ano Gil, Renato Augusto, Jadson, Guarín e Mbia, só para citar os mais conhecidos.

A intensa movimentação do mercado asiático contrasta com a escassez de negócios da janela de inverno na Europa.

Manchester United, Bayern de Munique, PSG, Barcelona e o Real Madrid passaram em branco até o momento nesta janela. Até por isso, as transferências envolvendo grandes times neste janeiro podem ser contadas nas mãos.

O Chelsea acertou por empréstimo com Alexandre Pato. O Arsenal fechou com o volante suíço Mohamed Elneny, que atuava no Basel. E o Atlético de Madrid acertou com o argentino Augusto Fernández.

A contratação mais cara fechada até o momento por um clube europeu nesta janela foi a do meia inglês Jonjo Shelvey negociado por 16 milhões de euros (R$ 71,3 milhões) pelo Swansea City com o Newcastle.

A diferença entre o comportamento agressivo dos clubes chineses e a passividade do mercado europeu está ligada à diferença entre as janelas de contratação em que eles estão.

Enquanto, para os chineses, esse é o momento de troca de uma temporada para outra e, consequentemente de montagem de elenco, o mercado de inverno na Europa serve tradicionalmente para reposição de peças.

Isso não impede que grandes negócios já tenham sido selados em janeiro. Em 2011, por exemplo, o Chelsea pagou 58,5 milhões de euros (R$ 261 milhões, na cotação atual) por Fernando Torres.

Mas foi uma exceção. Que pode se repetir até a próxima segunda-feira, último dia para a contratação de novos jogadores para a segunda metade da temporada na maior parte da Europa.

Até lá, a janela de transferências tem uma protagonista bem clara: a China.

 

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.