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Rafael Reis

Pato ainda pode dar certo na Europa?

Rafael Reis

23/01/2016 08h00

Era dia de sessão de fotos para um comercial da Nike no Corinthians. Eis que aparece Alexandre Pato, adiantado para o ensaio e todo sorridente. O fotógrafo puxou papo e ouviu do atacante: "isso é bem mais legal que treino".

Essa história, datada de três anos atrás, resume bem porque o jogador desperta tanta desconfiança nos torcedores.

Centroavante mais talentoso da sua geração no futebol brasileiro, Pato tinha tudo para ser titular da seleção em até quatro Copas do Mundo.

Agora, se conseguir disputar um Mundial, já estará no lucro.

Pato

Pato adora tudo que o futebol lhe traz: dinheiro, admiração, status e as belas mulheres (todas famosas) que o acompanham desde a adolescência. Só que, na maior parte da carreira, não mostrou sentir o mínimo prazer em competir.

Mas há um alento: o ano passado. Emprestado pelo Corinthians ao São Paulo, recuperou o bom futebol dos seus momentos iniciais de Inter e Milan e deu os primeiros sinais de maturidade.

Aos 26 anos, deu mostras de que pode ter deixado para trás aquele moleque de discurso ensaiado e ar displicente para trás.

O atacante mostra personalidade ao recusar milhões para se esconder na China. Pato também não quer ficar no Corinthians. Deseja a Europa.

Pode ser só a vaidade de retornar ao centro do mundo futebolístico e curtir por lá os prazeres da vida. Mas por que não seria a ambição de querer enfrentar os melhores?

Não importa se jogará por Chelsea, Liverpool ou por um clube português. Essa provavelmente será a última oportunidade do brasileiro em um time de ponta na Europa.

Se fracassar em sua próxima empreitada, Pato terá de retornar mais uma vez ao Brasil, defender equipes europeias de segundo escalão, aquelas que não disputam títulos, ou aceitar uma aventura na Ásia ou nos EUA.

Mas será que Pato realmente pode brilhar em um gigante europeu?

A diferença enorme de nível entre o futebol brasileiro e as grandes equipes do mundo torna a avaliação um pouco complicada.

Tecnicamente, Pato parece apto a fazer frente aos melhores atacantes da atualidade. Tem visão de jogo, bate bem na bola e cabeceia como poucos. Não à toa, brincava de fazer gols no Milan antes de sofrer com uma série de problemas físicos.

A questão principal é saber se Pato conseguirá atingir o nível de competitividade que uma Premier League ou Liga dos Campeões exige.

Basta ver uma só partida do Campeonato Inglês ou mesmo da Champions para perceber que o ritmo do futebol jogado é muito mais intenso do que no Brasil. Há mais velocidade, aplicação tática e entrega do que nos gramados nacionais.

Dedicação, suor e vontade. É justamente nos mais tradicionais pontos fracos de Pato que está chave para ele conseguir triunfar em uma possível volta à Europa.

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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.