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Rafael Reis

Após falência, novo Parma se ergue na Itália com molecada e tiozões

Rafael Reis

19/01/2016 07h10

É com um time formado por muitos jovens e alguns tiozões que o Parma começa a dar os primeiros passos para retornar ao primeiro escalão do futebol italiano.

O bicampeão da Copa da Uefa (atual Liga Europa), que decretou falência no ano passado devido a dívidas na casa de 96 milhões de euros (cerca de R$ 425 milhões), precisou mudar de nome e recomeçar na quarta divisão.

Hoje, é a maior atração da Série D. Está invicto depois de 21 rodadas, lidera um dos nove grupos da competição e caminha para o primeiro acesso de sua nova história.

Mas, para quem já teve Buffon, Zola, Cannavaro, Asprilla, Crespo, Taffarel e Amoroso, o elenco atual causa até estranhamento.

Parma

O Parma montou sua equipe para a disputa da Série D com garotos cedidos das categorias de base de outros clubes, reforçados por um ou outro veterano em fim de carreira.

Dos 29 jogadores que formam o elenco atual, nada que menos que 16 ainda não chegaram aos 21 anos. Os três goleiros do grupo, por exemplo, nasceram no mesmo ano: 1997.

O traço de experiência na equipe é dado por alguns trintões especialistas em jogar as últimas divisões do futebol italiano e que encontraram no Parma uma oportunidade derradeira de ter algum destaque.

E, claro, pelo já quase quarentão Alessandro Lucarelli.

"Morri junto com o Parma e com o Parma quero renascer", disse o jogador, logo depois do rebaixamento.

O zagueiro de 38 anos, que chegou ao Parma desde 2008, foi o único nome importante da era anterior à falência que decidiu ficar para jogar no novo clube.

Ele é o capitão da equipe dirigida por Luigi Apolloni, um ídolo dos tempos em que o dinheiro da Parmalat transformou o Parma em potência nacional, que voltou à velha casa para a missão de reconstruí-la.

Exemplos de sucesso para os garotos e os tiozões do Parma não faltam.

O Napoli, atual líder do Campeonato Italiano, quebrou no início dos anos 2000 e precisou recomeçar de baixo. A Fiorentina, quarta colocada no cálcio nesta temporada, também.

Se conseguir acumular um acesso após o outro e passar apenas um ano em cada divisão, o Parma pode retornar à elite italiana em 2018.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.