Topo

Rafael Reis

A China não é a 1ª. Conheça outros mercados que fizeram a limpa no Brasil

Rafael Reis

13/01/2016 07h00

Ralf, Renato Augusto e Jadson, alguns dos pilares do Corinthians na conquista do título brasileiro, irão jogar na China em 2016. Assim como Paulinho, Ricardo Goulart e Diego Tardelli, todos com passagem recente pela seleção.

Impulsionado por um projeto de popularização do futebol, o país mais populoso do mundo se tornou o eldorado para os jogadores brasileiros. Paga altos salários e está disposto a investir em todo mundo que começa a se destacar.

Mas a China não é o primeiro mercado alternativo a provocar esse rebuliço no futebol pentacampeão mundial.

De tempos em tempos, surge um país da periferia da bola investindo pesado em jogadores brasileiros e fazendo a limpa nos clubes daqui.

Vamos agora relembrar alguns desses mercados que anteciparam o que a China tem feito:

JAPÃO
Quando: primeira metade da década de 1990
Quem: Zico, Bismarck, Zinho, Dunga e César Sampaio

Dunga

Criada em 1993, a liga profissional japonesa de futebol, a J. League, teve como primeiro garoto-propaganda Zico, que já estava no país há dois anos. O sucesso do Galinho no Oriente fez os clubes japoneses adotarem o Brasil como principal mercado fornecedor de jogadores. Prova disso é que a seleção que foi tetracampeã mundial em 1994 tinha um atleta que atuava no Japão: o zagueiro Ronaldão, então no Shimizu S-Pulse.

UCRÂNIA
Quando: entre a segunda metade da década de 2000 e o início da década de 2010
Quem: Bernard, Douglas Costa, Kleber, Jadson, Fernandinho, Willian, Elano e Alex Teixeira

Até pouco tempo, era só pintar um menino promissor no futebol brasileiro que o Shakhtar Donetsk já aparecia como candidato a levá-lo para a Europa. O clube, que chegou a ter 13 brasileiros no elenco ao mesmo tempo, transformou a Ucrânia em um dos mercados mais férteis para o futebol daqui e influenciou o Dínamo Kiev e o Metalist Kharkiv. A farra acabou quando parte da Ucrânia, justamente a região onde fica Donetsk, entrou em guerra civil, dois anos atrás.

RÚSSIA
Quando: entre a segunda metade da década de 2000 e o início da década de 2010
Quem: Vágner Love, Hulk, Jucilei, Jô, Alex e Mário Fernandes

Vagner Love

Viveu um boom meio que simultâneo ao da vizinha Ucrânia, quando os magnatas que enriqueceram com a dissolução da União Soviética e a implantação do capitalismo na Rússia, como Roman Abramovich, dono do Chelsea, passaram a investir em futebol. Além do conflito bélico na Ucrânia, o mercado enfraqueceu nos últimos anos devido às quedas no preço do petróleo e de outras commodities exportadas pelos russos.

MUNDO ÁRABE
Quando: Desde a segunda metade da década 2000
Quem: Everton Ribeiro, Ricardo Oliveira, Rafael Sóbis, Thiago Neves, Roger e Giovanni

O que convencionamos chamar aqui no Brasil de Mundo Árabe trata-se basicamente de dois países que realmente investem em estrelas brasileiras, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar.  Recheados de petrodólares, seus clubes buscam grandes jogadores daqui há pelo menos uma década. De acordo com Marcos Motta, advogado especialista em transferências internacionais, esse mercado é mais constante que os outros citados na matéria, que tiveram um boom específico. Por outro lado, os valores pagos pelas transferências são menores que em outros centros periféricos de destaque.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.