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Rafael Reis

Ele sofre para se firmar no Cruzeiro, mas já decidiu um Real x Barcelona

Rafael Reis

20/11/2015 07h50

Júlio Baptista, 34, lembra com detalhes do gol que marcou no dia 23 de dezembro de 2007, dois dias antes de um dos Natais mais especiais da sua carreira.

"Foi muito bonito porque foi tudo de primeira. Eu toquei, recebi e bati de primeira. Era um chute que corria o risco de mandar longe, mas acabei pegando muito bem na bola e praticamente acertei o ângulo."

Mas não é só pela beleza plástica que esse gol não sai da memória do meia-atacante do Cruzeiro. Ele é inesquecível porque se trata do dia que Júlio Baptista decidiu o clássico mais badalado do planeta.

O golaço, nascido depois de uma tabelinha entre ele e o holandês Van Nistelrooy, foi o único da vitória por 1 a 0 do Real Madrid sobre o Barcelona, em pleno Camp Nou, a casa da equipe catalã.

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Com aquela vitória, a equipe merengue abriu sete pontos de vantagem para seu maior rival. O Real acabaria se sagrando campeão espanhol daquela temporada com 18 pontos a mais que a equipe de Messi –o Villarreal ficou em segundo.

"A história vai passar e meu nome vai ficar lá gravado. Todo mundo para ver esse jogo, que é como se fosse uma partida de Copa do Mundo. É uma parte importante da minha carreira que consegui deixar guardada na história."

Sem conseguir se firmar no Cruzeiro desde que foi contratado com status de grande estrela, em 2013, e enfrentando vários problemas físicos, Júlio Baptista foi jogador do Real Madrid entre 2005 e 2008 –atuou por empréstimo no Arsenal em 2006/07.

O gol no clássico natalino de 2007 foi o único que ele marcou contra o Barcelona. Mas esse lance não é sua única recordação dos confrontos contra os catalães.

"É tudo muito grande. Duas semanas antes, as pessoas já estão falando sobre este jogo. Uma semana antes, você tem uma partida pela frente e ninguém quer saber dela, os jornalistas só perguntam sobre o Barça x Madrid."

Curiosamente, o Campeonato Espanhol vencido na temporada em que Júlio Baptista decidiu o clássico foi o único título que "La Bestia", como era conhecido por lá, conquistou com a cobiçada camisa do Real. Mais um motivo para aquele lance ser inesquecível para o brasileiro.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.