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Rafael Reis

Mesmo técnico, mesmo time... Chile é a seleção que menos mudou desde a Copa

Rafael Reis

07/10/2015 08h40

Se tem algo que não falta para o adversário de estreia do Brasil nas eliminatórias da Copa-2018, nesta quinta-feira, é entrosamento.

O Chile é a seleção que menos mudou entre todas as 32 que participaram do Mundial do ano passado.

Dos 23 convocados pelo técnico Jorge Sampaoli, outro remanescente do time de 2014, nada menos que 18 estiveram na última Copa.

Só como comparação, a Alemanha leva para esta Data Fifa apenas 13 campeões mundiais. E o Brasil tem só nove sobreviventes do Mundial do 7 a 1.

Bravo, Medel, Vidal, Valdivia, Alexis Sánchez, todos os principais responsáveis pela transformação de um habitual saco de pancadas em uma das seleções mais temidas e admiradas do planeta, continuam defendendo o Chile.

Mesmo as cinco novidades não são tão novas assim. O meia Matías Fernández, 29, da Fiorentina, só não foi ao Mundial por causa de uma lesão no tornozelo direito. O zagueiro Vilches (Atlético-PR) e os meias Valdés (Colo Colo) e Mark González (Universidad Católica) já são trintões.

O mais próximo de cara nova que o Chile traz para o início das eliminatórias é o meia Carvajal, 26, que tem se destacado com a camisa do local Palestino e ainda não estreou na seleção principal.

Essa opção por manter o mesmo grupo de atletas por tanto tempo faz com que os chilenos larguem em vantagem na disputa por uma vaga para o Mundial da Rússia.

Enquanto a maior parte dos seus adversários sul-americanos estão no início de um novo trabalho, os andinos se conhecem como poucos. Não jogam mais como uma seleção, mas sim como um clube, muito bem treinado e devidamente entrosado.

Esse favoritismo já ficou provado na Copa América, entre junho e julho. Jogando em casa, a geração de ouro chilena conquistou o primeiro título de sua história no futebol.

Por outro lado, a falta de renovação de elencos vencedores costuma, a longo prazo, custar caro a seleções reconhecidamente vencedoras.

Com times envelhecidos após a conquista de títulos mundiais, a França passou vergonha na Copa-2002 e a Espanha, em 2014. O mesmo aconteceu com o Uruguai, em escala continental.

BOM PARA O BRASIL?

A atual geração do Chile pode até ser uma das melhores, ou talvez a melhor, do país em todos os tempos, mas não costuma se dar bem contra o Brasil.

Já são 15 anos de invencibilidade brasileira no confronto desde a derrota por 3 a 0 nas eliminatórias da Copa-2002, em agosto de 2000. Desde então, foram 14 jogos, com 11 vitórias dos pentacampeões mundiais e três empates.

A invencibilidade quase acabou nas oitavas de final da Copa-2014, mas o Brasil acabou vencendo nos pênaltis após o empate por 1 a 1. Na ocasião, o Chile esteve a centímetros da classificação –a finalização de Pinilla, no fim do segundo tempo da prorrogação, parou na trave.

A lista de convocação de Sampaoli para o início das eliminatórias parece até um castigo. Ele manteve 18 jogadores listados para aquela partida. Mas o centroavante da Atalanta, mesmo em boa fase, ficou de fora.

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.